Uma conferência do secretário da Secretaria de Estado da Educação, José Renato Nalini, foi destaque do segundo dia da programação da 80ª. Assembleia Regional dos Bispos que começou na última terça (6), em Aparecida, e prossegue até quinta-feira, 08 de junho.
Em sua conferência intitulada Os leigos na educação, o secretário discorreu, em sua palestra, sobre Educação: dever do Estado e direito de todos. A Constituição do Brasil de 5.10.1988 erigiu a educação , mostrando que está é direito de todos. Mas esse direito de todos é dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade. (artigo 205 da CF). O preceito inclui todas as pessoas, sem exceção, na titularidade passiva dessa relação obrigacional: não há quem seja dispensado de atuar na educação. Isso vemos desde o tempo dos Jesuítas no Brasil Colônia até a escola pública nos nossos dias. São Paulo nasceu com uma escola. Relevante papel da educação confessional durante séculos.
O conferencista destacou, também, alguns atos de vandalismos ocorridos nas Diretorias de Ensino e nas Escolas Estaduais. Temos que utilizá-las, reconhecer nelas o que há de válido, mas compreender seus limites, para que possamos repensar o Ministério Público, mas também de maneira crítica.
O que pode ser feito? Imprescindível a aproximação de todos junto ao ambiente escolar. Primeiro: porque é um dever jurídico – artigo 205 da Constituição. Depois: porque é um dever moral – um ser ético não pode se sentir descomprometido desse ônus. Terceiro: por prezar a sobrevivência da civilização. O dever do cristão: Sobrepõe-se a todos esses argumentos, o dever cristão de participar do processo educativo. Há uma demanda moral urgente de real envolvimento de toda a Igreja no resgate de almas facilmente manipuláveis pelo mal. A todo batizado incumbe um ministério e, dentre a multiplicidade de veredas para ajudar a Igreja a ser ela própria e a levar a bom termo a sua missão, não é dos menores ou desimportante o ministério da educação, pontuou o palestrante.
Falou, ainda, sobre a importância de Educar para o amor. Para o cristão, o amor tem significado multidimensional. ‘Nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros’ (João, 13,35). Como deixar de sentir e de se deixar levar pela misericórdia, pela bondade e pela compaixão por quem está sendo conduzido para o mal? Como recusar-se a tal missão salvífica? Cultivar e despertar amor: A compaixão é a virtude que nos possibilita valorizar o outro – qualquer outro – por si próprio e não como meio utilitário ou funcional para os nossos fins.
Prosseguiu, o amor-compaixão está presente quando se detectam os indicadores que seguem: 1. ter cuidado conosco; 2.conhecer as nossas limitações e aceitar a misericórdia de Deus; 3. desenvolver a autoestima; 4. escutar com total atenção; 5.estar aberto para o inesperado; 6. tocar-se pelo que experimentamos; 7. entender o significado do que o outro experimenta; 8. compartilhar com o outro o que ele (ou ela) sofre, sem culpa, crítica ou projeção de nossas próprias preocupações; 9. cumprir promessas e compromissos de estar com os outros e amá-los.
Na ordem prática: 1) Estimular o protagonismo da Pastoral da Educação; 2. Conclamar os pais à assunção de suas responsabilidades; 3. Aproximar-se da escola pública e motivá-la a uma vivência fraterna; 4. Adotar afetivamente a escola mais vulnerável.
Após o encerramento da palestra, o secretário de Estado teve um rápido momento para atender as perguntas dos participantes.
Presidentes apresentaram o relatório pastoral – A parte da tarde os Bispos referenciais das Comissões Pastorais apresentaram o relatório anual de atividades. O relatório trouxe diversas atividades, questões desafiadores de cada pastoral, empenhos assumidos, com realizações e conquistas.
Informações: CNBB Sul 1