SE NÃO ESCUTAM OS PROFETAS…

O rico e o pobre LázaroNeste final do mês da Bíblia, aqui temos uma excelente exortação de Jesus sobre a importância de acolher a Palavra…

Afinal, de que adianta que alguém ressuscite dos mortos – e, de fato, Jesus ressuscitou – se não somos capazes de reconhecê-lo, nem damos ouvidos aos seus ensinamentos?

Para o povo de Israel, o Antigo Testamento era o tempo que lhes foi dado para a conversão. Mas os seus líderes não escutaram os profetas, e não quiseram abrir mão de suas riquezas e privilégios (1ª leitura). Assim, não reconheceram o Messias quando veio a eles…

Nós, hoje, além do testemunho de Israel no Antigo Testamento, temos também à disposição o testemunho dos apóstolos sobre Jesus, no Novo Testamento. Temos os sacramentos, temos a presença de Jesus na Eucaristia, temos o ministério sacerdotal (cuja importância Paulo ressalta na 2ª leitura). Temos tudo… Mas, de que adianta isso, se não reconhecemos o seu valor, e continuamos presos aos nossos interesses egoístas?

Não é possível recuperar na eternidade o tempo e as oportunidades perdidas neste mundo… O tempo que nos foi dado para conquistar a salvação é agora, é o hoje. Depois da morte será tarde demais. Perceberemos claramente o nosso erro, mas já não o poderemos remediar.

E não poderemos dizer que não sabíamos o caminho, que não recebemos avisos. Jesus não podia ter sido mais explícito do que foi, nem mais generoso, chegando ao ponto de deixar-se crucificar por nós e nos abrir, com sua ressurreição, o caminho do céu.

O apego às riquezas é, sem dúvida, um dos maiores obstáculos à conversão, e por isso Jesus diz que os ricos dificilmente entram no céu, enquanto os pobres são bem-aventurados. Esses pobres não são necessariamente os que não têm dinheiro – pois esses também podem viver obcecados pelo que gostariam de ter – mas os que não se deixam escravizar pelo dinheiro, os que não andam atrás dos bens materiais, mas buscam outros bens mais valiosos. Não foram as úlceras de Lázaro que o salvaram, mas a paciência e generosidade com que assumiu, sem revolta, a sua cruz, porque sua esperança estava colocada em bens superiores. Assim como não foi o dinheiro do rico que o condenou, mas o seu apego egoísta e exagerado a ele, que o tornou injusto.

Não podemos eliminar do mundo o egoísmo, mas podemos fazer de nossa cruz – unida à de Jesus – um instrumento de salvação…

Margarida Hulshof

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (25.09.16 – 26º Domingo Comum)

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