Artigos de Liturgia, n. 17; Março de 2017
Diácono Rafael Spagiari Giron
Assessor da Pastoral Litúrgica Diocesana
Queridos irmãos e irmãs, filhos amados de Deus!
Voltemo-nos para a Celebração do Batismo. Como é bom ver uma criança sendo batizada: um novo membro para a comunidade de fé em Jesus; um(a) novo(a) filho(a) de Deus que abraça o seguimento de Jesus. O rito nos emociona, não somente por conta da vida nova que se inicia, mas também por ser uma vida baseada na fé; uma vida no Dom de Deus.
Celebração do Batismo pode ser visualizada em várias passagens da Sagrada Escritura (Batismo de Jesus: Mt 3, 13-17; Mc 1, 9-11; Lc 3, 21-22; Jo 1, 32-34 // Mandato de batizar: Mt 28,19; Mc 16, 15-16 // Batismo como nascimento dos filhos de Deus: Jo 3, 1-7). A Igreja, com base nesses escritos, organizou o batismo de modo que os ministros dele são: o bispo, o presbítero e o diácono. Em casos extremos (de morte iminente) qualquer pessoa pode batizar alguém (desde que tenha a mesma intenção da Igreja).
O rito do batismo também possui sua matéria e fórmulas próprias. A matéria principal é a água; também há, como elementos secundários, o óleo, a vela, a veste branca e o sal. A fórmula sacramental essencial é a seguinte: “(nome) eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.”. E a cor litúrgica usada na celebração é a branca que, como vimos anteriormente, nos remete à ressurreição e à pureza da vida dos filhos de Deus.
De forma geral, o Rito do Batismo de crianças é composto pelas seguintes partes: Acolhida das Crianças, Liturgia da Palavra, Liturgia do Sacramento, Ritos Complementares e Ritos Finais. Vejamos, resumidamente, cada uma delas:
– Acolhida das crianças: Apresentação das crianças e diálogo com os pais (o padre pergunta o nome da criança e o que querem para ela. Os pais dizem o nome e respondem: A FÉ ou O BATISMO); diálogo com os padrinhos (o ministro pergunta se os padrinhos estão dispostos a educar a criança na fé); o sinal da cruz (o ministro traça o sinal da cruz sobre a fronte da criança e os pais e padrinhos seguem com o mesmo sinal).
– Liturgia da Palavra: Leituras, homilia, preces, ladainha, unção pré-batismal (oração de exorcismo e óleo dos catecúmenos: evidencia a libertação do pecado original e a vocação para a luta com Cristo pelo bem).
– Liturgia do Sacramento: Procissão até o local do batismo, bênção da água, renúncia a Satanás, profissão de fé, compromisso dos pais e padrinhos em querer o batismo, Batismo (imersão ou infusão).
– Ritos Complementares: Unção Pós-Batismal (óleo do crisma), Veste Branca, Vela, Éfata, Sal – esses dois últimos são opcionais).
– Ritos Finais: Pai-Nosso, bênção sobre a mãe, pai e todos os demais presentes, Consagração a Maria (opcional).
Vendo todos esses ritos podemos perceber o quanto eles nos ajudam a entrar nesse mistério que é o batismo. Além do momento do batismo, há outro momento muito significativo que consta na fala do ministro após o rito da “Renúncia ao demônio e Profissão de fé”, feito pelos pais e padrinhos. O ministro diz: “Esta é a nossa fé, que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razão de nossa alegria, em Cristo nosso Senhor”. Com essa fala do ministro vemos a importância da fé para nossa vida. Não é algo inventado ou algo unicamente pessoal; a fé é da Igreja e transmitida a todos. Cabe a nós continuarmos com esse trabalho missionário.
No próximo artigo veremos a Celebração da Eucaristia. Por hora, fica o exercício de participarmos de um batizado e percebermos cada parte desses ritos vivendo, em cada um deles, o verdadeiro sentido do mistério divino que se manifesta na nova vida que se inicia. Boa experiência de fé!
Para ler o artigo n. 16 clique aqui: OS SACRAMENTOS DA IGREJA