De onde nos virá o socorro em nossas necessidades? Do Senhor, sempre. Ele não cochila, não se cansa, está sempre ao nosso lado (Salmo).
O Evangelho nos diz que Deus não deixará de fazer justiça aos seus filhos que clamam a ele dia e noite, e Deus não engana. Mas é preciso prestar atenção em alguns pontos:
Deus promete “fazer justiça”, isto é, dar-nos o que é justo, e não necessariamente o que pedimos. Ele nos dará aquilo de que precisamos, aquilo que nos fará bem. E o grande bem de que necessitamos é a salvação. As outras coisas podem também ser boas e úteis, mas apenas na medida em que contribuírem para esse bem maior… Se as coisas que pedimos forem, ao contrário, obstáculos que nos afastarão da salvação, Deus prefere tirá-las de nosso caminho, para que não tropecemos e não sejamos feridos, como lembra o salmo.
A resposta de Deus aos nossos pedidos depende da fé. Ele responde à nossa confiança, não à nossa desconfiança. Por isso mesmo, muitas vezes nos faz esperar, para colocar à prova a nossa fé. Ele quer que perseveremos na oração, sem nunca desanimar. E quem tem fé verdadeira nunca quer obrigar Deus a fazer a própria vontade, mas, ao contrário, pede-lhe a graça de conformar sua vontade à de Deus, pois só Deus sabe com certeza o que é bom para nós.
Quando pedimos ajuda a Deus, estamos reconhecendo nossos limites, e isso é importante. Mas não devemos pretender que Deus faça, em nosso lugar, aquilo que é tarefa nossa. Na 1ª leitura vemos que Deus concedeu a vitória a Israel, mas não o dispensou do combate… E vemos, além disso, a importância de nos ajudarmos mutuamente, cada um segundo sua capacidade e segundo a missão que Deus lhe confia. A uns cabe o combate direto na linha de frente, a outros cabe “levantar as mãos” no alto do monte… o que tampouco é tarefa fácil e exige também a ajuda dos irmãos. Como se enganam aqueles que desprezam o papel dos religiosos contemplativos no mundo! São eles os que passam a vida com as mãos erguidas, suplicando a Deus por seus irmãos que se dedicam ao combate corpo-a-corpo na “planície” do mundo, e é a sua oração perseverante que, tantas vezes, obtém para eles a vitória…
Parte importante desse combate consiste em conhecer e “permanecer firme” na Palavra de Deus (2ª leitura), praticando-a com fidelidade e proclamando-a sem descanso, quando Deus nos confia essa missão, para instruir os irmãos e comunicar-lhes “a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus”.
Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (16.10.16 – 29º Domingo Comum)
