Após 50 dias da Solenidade da Páscoa do Senhor, a Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes. Esta celebração importantíssima dentro do calendário litúrgico nos recorda a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, reunidos no Cenáculo com a Santíssima Virgem Maria.
Após ressuscitar dos mortos, Jesus aparece diversas vezes e de modos diferentes aos seus discípulos, que estavam muito desanimados, tristes e frustrados. Não haviam compreendido em profundidade todo o apostolado ensinado por Ele durante Seu ministério público.
Continuar insistindo nos ideais do Reino pregado por Jesus, seria sinônimo de padecer os mesmos suplícios que Ele havia padecido naqueles dias e que ocasionaram em Sua morte. Como sabiam como ninguém dominar as técnicas do ofício da pesca, voltam então para seus barcos e retomam as redes e os outros apetrechos para perpetrarem o que faziam de melhor: pescar.
Certamente o coração de cada um deles era tomado pela angústia, pois se Jesus nada fizera para merecer morte tão cruel e a recebeu, eles, simples pescadores, se insistissem na lógica do Reino pregada pelo Senhor, iriam também parar na cruz como Ele. Quando Pedro nega Jesus por três vezes, naquele cenário de cruz e sofrimento, intuímos o medo iminente em seu coração de homem e discípulo em ter o mesmo fim. Mas antes de Sua ascensão aos céus, Jesus havia lhes feito uma promessa, de que voltando para junto do Pai, enviaria sobre eles o Paráclito, que iria recordar tudo que havia ensinado e fortalecê-los na missão evangelizadora.
Maria, como sempre, experimentou a fidelidade de seu Filho e soube confiar e esperar. Sabia no seu íntimo que seu Filho não faltaria e iria derramar o bálsamo da consolação sobre todos eles.
Estavam reunidos e ouve-se um forte ruído e um vento impetuoso toma conta da sala onde se encontravam. Línguas de fogo se repartem, descem e pairam sobre aqueles homens, que imediatamente sentem um novo vigor e alegria. A promessa se cumpre; o Espírito Santo vem auxiliar a fraqueza humana. A partir daquele momento, o medo não mais existe, mas sim um forte desejo, uma coragem sobrenatural de sair de si e ir ao encontro de todos aqueles que necessitam de uma experiência do Reino instaurado por Jesus, o Cristo.
Que a celebração da Solenidade de Pentecostes, no próximo dia 15 de maio, renove em cada um de nós e em nossas paróquias a fé e a alegria de viver uma vida verdadeira de comunidade pautada pelo Espírito Santo. Que os dons e carismas do Espírito possam inflamar nossa alma e coração, abrasar-nos de verdadeira caridade, fazendo-nos aspirar cada vez mais em obedecer e fazer a vontade de Jesus, saindo de nós mesmos e indo ao encontro dos mais pequeninos. Sejamos a Igreja que experimenta e concede ao outro a misericórdia do Pai; Igreja que é servidora e comprometida verdadeiramente com o Evangelho anunciado por Nosso Senhor.
Padre Antonio Carlos F. de Souza – Paróquia São José Operário
Texto integrante da 4ª edição do Informativo O AMPARO – Forania Jesus Bom Pastor
Acesse a versão digital em: https://issuu.com/diocesedeamparo