Na noite do sábado, 4 de junho, o bispo diocesano Dom Luiz Gonzaga Fechio deu posse ao padre Bruno Roberto Rossi, como Administrador Paroquial da paróquia São Francisco de Assis, em Serra Negra, na presença da comunidade reunida, familiares e dos sacerdotes padre Leandro Torres, paróquia São Sebastião, padre Sidney Basaglia, paróquia Nossa Senhora do Rosário e padre Fernando Mendes da Diocese de Limeira.
“Hoje, com coração tomado dos mesmos sentimentos do dia da minha ordenação, com a alma cheia de esperança e desejo de servir a Deus e aos meus irmãos, me aproximo desta já querida paróquia de São Francisco de Assis. Não os conheço ainda, estimados irmãos, mas já os quero bem. Aprendi, desde o seminário, a rezar pelas pessoas que um dia Deus me confiaria. Há muitos anos, portanto, rezo por vocês. Oração que foi intensificada após o nosso bispo, no último dia 18, comunicar-me que tinha pensado em mim para ser o novo administrador paroquial desta Igreja”, disse padre Bruno em seu discurso de agradecimento.
Padre Bruno assume a paróquia que até então tinha como administrador o padre Walmir Thiel, que após quatro anos na paróquia, iniciou um ano sabático.
Informações: Paróquia São Francisco de Assis
Confira abaixo o discurso na integra:
Agradecimento de Posse. Serra Negra, 04/06/2016
Há dois anos, no Santuário Bom Jesus, em Monte Alegre do Sul, me tornava sacerdote. Se o sacerdócio é, como dizia São João Maria Vianney, o cura d’Ars, “o amor do coração de Jesus”, sentia-me como que tocado por esse amor.
Com a clareza das minhas limitações humanas e de minhas imperfeições, era como que alcançado pela ternura de Deus, que me confiava, apesar de tudo, um dom imenso. Enquanto estava prostrado no chão, um gesto exterior, mas que tem também uma repercussão interior, invadia-me um sentimento misto de impotência e de santo temor. Contudo, nesse momento, como pede a Liturgia, canta-se a “Ladainha de todos os Santos”, rogando a intercessão da Igreja triunfante, por aquele que esta recebendo a ordenação sacerdotal. Nesta hora, é retomada a consciência de que apesar das nossas limitações humanas, não estamos sozinhos, temos o patrocínio daqueles que foram perfeitos no amor aqui na terra e que agora amam ainda mais perfeitamente no céu.
Nestes dois anos, passei por Monte Alegre, pela paróquia São Sebastião, em Amparo, e por um ano estive em Santo Antônio de Posse… Agradeço profundamente por tudo o que a graça de Deus me permitiu vivenciar neste tempo. Foram experiências que marcaram definitivamente minha vida. Jamais poderei pagar tudo o que recebi desses amados irmãos.
Hoje, com coração tomado dos mesmos sentimentos do dia da minha ordenação, com a alma cheia de esperança e desejo de servir a Deus e aos meus irmãos, me aproximo desta já querida paróquia de São Francisco de Assis. Não os conheço ainda, estimados irmãos, mas já os quero bem. Aprendi, desde o seminário, a rezar pelas pessoas que um dia Deus me confiaria. Há muitos anos, portanto, rezo por vocês. Oração que foi intensificada após o nosso bispo, no último dia 18, comunicar-me que tinha pensado em mim para ser o novo administrador paroquial desta Igreja.
Sinto por deixar a Posse, mas me alegro por estar aqui, onde Deus e a Igreja desejam que eu esteja. Recebi o dom da fé numa comunidade dedicada a São Francisco onde fiz a minha catequese. Naquela pequena comunidade, recebi pela primeira vez o Corpo e Sangue do Senhor. Sob a proteção de nosso querido padroeiro, aquele povo bom, rogava a Deus pela minha Ordenação. Foi junto de São Francisco que recebi pela primeira vez o perdão dos meus pecados. Onde eu quis subir pela terceira vez ao altar para celebrar a Eucaristia. Foi junto de São Francisco, que eu ouvi minha primeira confissão, no dia seguinte à minha ordenação. Jamais poderia imaginar que minha primeira paróquia, seria uma matriz dedicada a São Francisco de Assis. Como são imperscrutáveis os planos do Senhor!
Agradeço todos os envolvidos para que este momento se realizasse: membros das pastorais e coordenadores da nossa paróquia. Agradeço a cada sacerdote que exerceu o seu ministério nesta paróquia. Para mim é uma honra poder dar continuidade aos trabalhos aqui realizados. Dentre eles, o Pe. Ângelo Marighetto, grande missionário de Serra Negra, gravado definitivamente no coração do povo desta cidade com sua presença simples, alegre, generosa, visitando cada lar. Ao padre Walmir Thiel, que esteve à frente da paróquia nestes últimos quatro anos. Não posso deixar de lembrar de todos os que vieram de Monte Alegre e de Amparo onde fui vigário. Os que hoje deixaram de participar até mesmo da Trezena de Santo Antônio, em Santo Antônio de Posse, e dos festejos em Jaguariúna para estarem aqui comigo neste momento feliz e marcante do meu ministério. Saibam que os tenho em meu coração e agradeço pela estima e presença aqui hoje!
Na pessoa do Pe. Sidney, com quem compartilho os trabalhos pastorais desta já amada cidade de Serra Negra, agradeço a todos os sacerdotes, seminarista, religiosas que se fazem presente e também aos que, não podendo vir, estão rezando pela nossa paróquia.
Agradeço muito as orações de algumas pessoas amigas, gravemente enfermas, que oferecem a Deus as suas contrariedades e a situação de doença grave, por mim e pelo povo a mim confiado nesta nova paróquia. Saber disso me comove profundamente. Elas são para mim verdadeiros instrumentos que Deus utiliza, para mais uma vez, me constranger amorosamente. Muito obrigado!
Minha gratidão ao meu bispo, que, em menos de 3 meses de sua chegada entre nós, já marcou profundamente a nossa diocese com seu zelo apostólico e sua simplicidade e que hoje me confia esta missão de tanta responsabilidade: assumir minha primeira paróquia. Tenho certeza de poder contar não só com seu apoio paterno, mas também com a sua oração.
De modo especial, rendo graças ao Senhor pela minha família: meu pai, minha mãe, minhas irmãs Patrícia e Priscila, minhas sobrinhas, Laís e Ivy e o novo membro da nossa família, o Théo, que há dois meses já está no ventre da minha irmã. Espero viver sempre com a gravidade e dignidade que vocês sempre me mostraram.
No dia da minha ordenação tive uma feliz intuição: consagrar-me e consagrar meu ministério ao Sagrado Coração de Maria. E hoje, dia dedicado ao Sagrado Coração de Maria, sinto sua presença materna acalentadora neste momento tão importante para mim. Quando deitei no chão para entregar a minha vida a Deus não foi de brincadeira. Se hoje surgem os mesmos sentimentos do dia da minha ordenação, saibam que para mim é como se novamente, agora, eu me prostrasse diante de vocês como naquele dia. Prostrei-me para morrer com Cristo; prostrei-me porque Deus só gosta de agir em quem se faz pequeno; e os sacerdotes têm mais obrigação que os demais de pôr seu coração no chão como um tapete, para que seus irmãos pisem macio. Deitei para me levantar ministro de Cristo, cooperador indigno do Deus a quem quero servir, agora servindo a vocês, irmãos queridos da paróquia São Francisco.
Por fim, fora dito que Francisco, nosso querido padroeiro, representa um alter Christus, que era verdadeiramente um ícone vivo de Cristo, um outro Cristo. Ele foi chamado também “o irmão de Jesus“. De fato, era este o seu ideal: ser como Jesus; contemplá-Lo, amá-Lo intensamente, imitar as Suas virtudes. E seu modo de viver a fé, nos mostrou que do amor a Cristo nasce o amor às pessoas e também a todas as criaturas de Deus. Portanto, de agora em diante, seguindo o exemplo de nosso padroeiro, tenhamos pressa, pressa em amar!
Padre Bruno Roberto Rossi
Paróquia São Francisco de Assis
