Na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, a Igreja nos convida a contemplar o mistério supremo da nossa fé: a Santíssima Eucaristia, presença real do Senhor Jesus Cristo no Sacramento do Altar. Cada vez que o sacerdote renova o sacrifício eucarístico, na oração da consagração, ele repete: “Este é o meu corpo (…) este é o meu sangue”. Ele empresta sua voz, as mãos e o coração a Cristo, que quis permanecer conosco e ser o coração da Igreja.
O dia de Corpus Christi, realizado na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, é celebrado com a santa missa, seguida da procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. A Celebração é o memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da terra prometida e a adoração ao Santíssimo Corpo de Cristo é um dos gestos mais profundos de comunhão que podemos estabelecer com Cristo.
A festa de Corpus Christi nos leva ao século XIII. Mesmo sendo celebrado em cada missa, a Igreja Católica criou uma data para que o Corpo de Cristo pudesse ser especialmente lembrado. A justificativa vem de Liège, na Bélgica, onde no ano de 1243, uma freira chamada Juliana tendo visões nas quais Cristo revelava seu desejo de ver a Eucaristia ser festejada e reconhecida separadamente. Anos mais tarde o papa Urbano IV consagrou a festa para toda a Igreja por meio da Bula “Transiturus”, de 11 de agosto de 1264.
Nesta data, os fiéis reproduzem a tradição de fazer procissões pelas ruas, caminhando sobre um colorido tapete confeccionado a partir de materiais diversos: flores, serragem, farinha, folhas, areia. Esse costume chegou ao Brasil com os colonizadores portugueses. A procissão lembra a caminhada do povo de Deus rumo à Terra Prometida.
Já a Hóstia levada num ostensório foi instituída em 1274. A procissão com o ostensório (carregando o Corpo de Cristo), seguia então por ruas enfeitadas nas cidades e aldeias. Os tapetes confeccionados expressam a fé e o amor do povo cristão por Jesus que volta a passar pelas ruas no entorno das paróquias.
O sacerdote com o ostensório caminha por cima dos tapetes. A procissão solene constitui o testemunho público da piedade do povo cristão para o Santíssimo Sacramento. Neste dia, o Senhor toma posse das nossas ruas e praças, atapetadas em muitos lugares com flores e ramos que simbolizam também a expressão de uma gratidão profunda pela presença real de Jesus na Eucaristia.
A data do Dia de Corpus Christi é móvel e é celebrada sempre na quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade, que por sua vez, acontece após o domingo de Pentecostes, ou seja, 60 dias após a Páscoa. Este ano no dia 31 de maio, mas em 2019 será em 20 de junho e em 2020 no dia 11 de junho.
A comemoração do Corpus Christi acontece sempre em uma quinta-feira, em referência à Quinta-Feira Santa, quando aconteceu a última ceia de Jesus com seus apóstolos. Nesta passagem, Cristo entrega simbolicamente sua vida a Deus e à humanidade. Jesus manda celebrar sua existência comendo o pão e bebendo o vinho (a Eucaristia), que se transformariam sem seu Corpo e Sangue.
O apóstolo João (Jo 6, 55-59) descreve a cena da seguinte forma: “O que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia”. O que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. A celebração da Eucaristia é, assim, a forma de reconhecer que Jesus continua vivo em meio à comunidade cristã.