No Evangelho deste final de semana, terceiro domingo do Tempo Pascal, temos o Evangelho dos Discípulos de Emaús. Apesar de ser bem conhecida essa passagem, permitam-me lembrar: naquela tarde do domingo da Ressurreição, dois discípulos desanimados e desapontados, iam para um povoado que ficava perto de Jerusalém, para o qual eles tinham que caminhar algumas horas. Acontece que durante este caminho Jesus começou a acompanhá-los, porém eles não reconheceram o Senhor. Jesus então se põe a explicar a Palavra de Deus – os profetas e tudo que nas Escrituras falavam dEle.
Pouco a pouco os corações dos discípulos começaram a ficar novamente cheios de esperança. Como eles mesmos explicaram: “ardia nosso coração enquanto Ele nos falava pelo caminho”. Assim, entendendo a Palavra e recebendo a graça da companhia do Mestre, eles puderam readquirir o ânimo e a alegria de seguir o Caminho com Cristo. Então, ao anoitecer, se puseram à mesa, e ao partir o pão eles reconheceram que era JESUS! Que momento maravilhoso, ali na Eucaristia, finalmente eles percebem a presença de Jesus que já estava com eles desde o início do caminho!
Querido povo de Deus, vivemos o tempo do CAMINHO com JESUS. Tempo de escuta da Palavra, tempo em que o Senhor se põe junto de nós para explicar a Escritura, para falar da sua vontade para nós, o que Ele quer de nós enquanto Igreja e como Humanidade. Não vivemos ainda o tempo do ‘partir o pão’, estamos privados disso, porém que não venhamos a cometer o mesmo erro dos discípulos de Emaús que só reconheceram tardiamente que o Senhor estava com eles no caminho. Abramos o coração para enxergar neste caminho que fazemos, onde temos somente a Palavra de Deus, quando não podemos partir o pão com o Cristo que Ele está conosco, presente, caminhando junto e animando o nosso coração. Sua presença na Palavra não é menor do que a Sua presença na Eucaristia – é diferente, porém é o mesmo Cristo!
O mesmo Jesus que partiu o pão aos discípulos de Emaús já estava presente desde o início do Caminho, faltou apenas um olhar sobrenatural para que eles reconhecessem que o Ressuscitado nunca os abandonou, pelo contrário aquele que é o Caminho se pôs sempre a caminhar com eles. Que como Davi possamos reconhecer: “Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. Deste-me a conhecer os caminhos da vida e tua presença me encherá de alegria” (cf. At 2, 25-28).
Pe. André Luiz Rossi