O ANO LITÚRGICO – Parte 2

Artigos de Liturgia, n. 12; Dezembro de 2016

Seminarista Rafael Spagiari Giron
Assessor da Pastoral Litúrgica Diocesana

Queridos irmãos e irmãs, filhos amados de Deus!

           Nossas celebrações litúrgicas são sempre baseadas no Evento Jesus Cristo (Paixão, Morte e Ressurreição). Tudo o que celebramos, diariamente, se volta para essa certeza de nossa fé. O Ano Litúrgico também tem esse Evento como centro do qual emanam todas as outras celebrações durante o ano.

            Como vimos no artigo anterior (n. 11), o Ano Litúrgico é composto por diferentes Tempos que marcam aspectos da vida de Jesus Cristo. É interessante recordar que somos chamados a inserir nossa vida dentro desses Tempos, de modo que a expressão de cada Tempo seja também a nossa expressão de vida, ou seja, precisamos “entrar de corpo e alma” na significação de cada Tempo.

            Em cada Tempo também se utilizam algumas cores chamadas de “cores litúrgicas”. Elas são usadas nos paramentos dos padres e na igreja. Como nossa fé também é visual (liturgia como expressões simbólicas), as cores, mais do que qualquer coisa, querem nos mostrar que algo mudou. Vejamos, de forma breve, o que cada Tempo quer nos expressar em seu conteúdo:

TEMPO DO ADVENTO: com ele se inicia o Ano Litúrgico. É composto por quatro domingos. A cor litúrgica é o roxo. Sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, é também um tempo em que se voltam os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo que se dará no fim dos tempos. É um tempo marcado pela expressão “maranatá” (“Vem, Senhor Jesus”).

TEMPO DO NATAL: vai das vésperas do Natal até a festa do Batismo do Senhor. A cor litúrgica é o branco. É a comemoração do nascimento do Senhor. Na Epifania, celebramos a manifestação de Jesus Cristo, luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação. Também se celebram neste Tempo a Festa da Sagrada Família e a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro). É um Tempo marcado pela expressão “Emmanuel” (“Deus Conosco”).

TEMPO COMUM: São 33 ou 34 semanas. A tônica dos domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado coloca-nos no seguimento de Jesus. A cor litúrgica é o verde. Durante o Tempo Comum são celebradas quatro solenidades: Santíssima Trindade, Corpo e Sangue de Cristo, Sagrado Coração de Jesus e Cristo Rei do Universo, que encerra o Tempo Comum. Neste tempo, temos também a comemoração das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e Evangelistas, demais Santos e Santas).

TEMPO DA QUARESMA: inicia-se na Quarta-feira de Cinzas e segue até a Missa da Ceia do Senhor (quinta-feira santa), exclusive. São quarenta dias dedicados à preparação da Páscoa. Tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de preparação e de memória do batismo, de reconciliação com Deus e com os irmãos, de recorrer com mais frequência às “armas da penitência cristã”: a oração, o jejum, a esmola (cf. Mt 6,1-6.16-18). A cor litúrgica própria é o roxo. A expressão maior nesse período é a “conversão” de vida.

TEMPO PASCAL: compreende os 50 dias entre o Domingo da Páscoa da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes. A cor litúrgica é o branco. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, “um grande domingo”. A festa da Ascensão é celebrada no 7º Domingo da Páscoa. A celebração de Pentecostes, a vinda do Espírito Santo, encerra o Tempo Pascal. A expressão maior é a “Alegria” pela Ressurreição do Senhor.

            Além desses Tempos marcantes, também há as chamadas “Solenidades”, “Festas”, “Memórias” e “Comemorações”. São dias, dentro do Ano Litúrgico, em que relembramos algum momento especial, seja na vida de Jesus ou de seus seguidores (os santos e santas).

            Portanto, celebrar nossa fé é reviver os acontecimentos e ensinamentos de Cristo confrontando-os com nossa vida cotidiana. Se vivermos a experiência de fé que cada Tempo nos pede, certamente cresceremos diante de Deus. A cada ano temos a oportunidade de reviver tudo. Tenha a certeza de que, a cada ano, você vivencia a fé de forma diferente. Não deixe escapar essa oportunidade. É conhecendo a fé que saberemos dar as razões do por que cremos. Boa experiência de fé!

Para ler o artigo n. 11 clique aqui: O ANO LITÚRGICO – Parte 1

Compartilhar:

Veja mais

No último domingo, dia 20 de outubro, o bairro Vale Verde, em Amparo, pertencente à Paróquia São José Operário, recebeu uma significativa Manhã Missionária.