A comemoração dos fiéis defuntos é uma data para contemplar de onde viemos e para onde caminhamos. Enquanto o mundo considera a morte como ponto final, nós sabemos que ela é apenas um momento de passagem, o nosso nascimento para a eternidade. Com a morte e ressurreição de Jesus, a morte foi vencida. “Deus, que ressuscitou Jesus dentre os mortos, também dará nova vida aos nossos corpos mortais, pelo Espírito que habita em nós.” (Rm 8,11).
Neste dia de silêncio e oração, visitamos os túmulos de nossos familiares, amigos e conhecidos. Levamos flores como sinal da nossa esperança em Cristo Jesus Crucificado e Ressuscitado, no qual nos encontraremos novamente com aqueles que nos precederam na casa do Pai, e aos quais continuamos unidos espiritualmente. Levamos velas e as acendemos enquanto recitamos orações, sinal da Luz de Cristo que vence as trevas, Vida que vence a morte. Luz que, pelo dom da nossa oração, chega aos corações dos que mais precisam para que possam caminhar cada vez mais ao encontro de Cristo.
A morte não rompe a comunhão entre os membros do Corpo Místico de Cristo, que são todos os batizados: nós, que estamos neste mundo, somos a Igreja peregrina; os que já passaram desta vida estão se purificando ou já fazem parte da Igreja triunfante, contemplando a Deus. Rezemos por nossos irmãos defuntos, pois pela oração, especialmente a santa missa, podemos aliviar e abreviar a sua purificação no purgatório.
Pensar nos ausentes também nos chama a atenção para a importância de viver bem o tempo que nos é dado na terra. É um bom momento para nos perguntar se somos o perfume das flores ou os espinhos na vida de nossos irmãos que ainda estão conosco, e então buscar o diálogo e a convivência que poderão ser o santo remédio para muitos de nós. Não deixe para amanhã o bem que pode fazer hoje.
Manter viva a memória de quem amamos é muito mais do que guardar fotos ou objetos, como ocorre num museu; é ter a pessoa que amamos sempre presente junto a nós na Luz que é Cristo, pois, como revela São Paulo aos Romanos, nada nos poderá separar do Amor de Deus manifestado em Cristo Jesus, nem mesmo a morte (Rm 8,39). Celebremos nossos antepassados com os olhos cheios de lágrimas sim, mas lágrimas de gratidão por sua vida e pelo amor compartilhado à luz da fé.
Pe. Carlos Roberto Panassolo | Paróquia São Sebastião – Amparo
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (02.11.16 – Finados)