DICA DE CINEMA: JESUS, A HISTÓRIA DO NASCIMENTO

Uma simplicidade desconcertante e bela que nos emociona de forma sutil é o que se experimenta quando temos contato com Jesus, a História do Nascimento (The Nativity Story, New Line Cinema, 2006).

Desde um Herodes atormentado pelo medo de perder o trono e, por isso mesmo, obcecado e curioso; aos magos que percorrem uma longa jornada que nos convida a desinstalarmo-nos cheios de esperança; e Maria e José que são apresentados de uma forma tão humana e linda que nos toca desde os primeiros momentos, o filme com direção de Catherine Hardwicke nos leva a uma experiência do Natal como nunca.

Como o filme A Paixão de Cristo (The Passion of The Christh, Mel Gibson, 2004) soube mostrar a tensão e, ao mesmo tempo, a naturalidade crua das últimas horas de Cristo, A História do Nascimento nos insere num ambiente também tenso, mas com outros motivos, onde o medo pelos dias conturbados era constante devido à opressão por parte dos poderosos.

A viagem de Nazaré à Belém pela Sagrada Família é retratada de forma singela e tocante. E, não somente neste ponto, mas em todo o longa, o modo como São José (interpretado por Oscar Isaac) é mostrado levou-me várias vezes às lágrimas. É “um homem que se doa mais do que qualquer outro”, segundo as palavras colocadas nos lábios da atriz Keisha Castle-Hugues (que interpreta a Virgem Maria) pelo roteiro de Mike Rich.

Somos convidados a entrar no mistério onde tudo é sobrenatural sem perder a naturalidade das coisas e nisso somos desconcertados. E não seria exatamente isso o Natal?

Sempre me surpreendi quando o evangelista narra que os anjos apareceram aos pastores todos cheios de glória anunciando que em Belém encontrariam um recém nascido envolvido em faixas e que ele seria o Salvador e, ao chegarem onde se encontravam Maria, José e o Menino, depararam-se exatamente com isso: um menino envolvido em faixas e deitado num coxo (cf. Lucas 2, 8-16). Os anjos que o anunciaram, aparentemente, tinham mais esplendor do que Ele.

Desconcertante! É o desconcerto que este Menino ainda causa nos corações e que, por isso, mesmo procuram evitá-lO. Causa-lhes inquietação, desconforto, não se assimila de pronto. Exige de nós um coração capaz de abaixar-se para, não apenas compreender o mistério, mas experimentá-lo, vive-lo, permitir-se tocar por ele.

Convido-te a permitir-se, a partir da singeleza deste filme, o desconcerto causado pelo Menino que ainda hoje procura corações para “nascer”.

Glória a Deus nas alturas, abraço e paz aos homens de boa vontade!

Informações: Jovens de Maria/ Portal A12

Compartilhar:

Veja mais