Texto integrante do Informativo bimestral O AMPARO, da Diocese de Amparo | ed. nº 19
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Querida irmã e querido irmão, que nosso “O Amparo”, última edição deste ano, seja não apenas um informativo para o(a) leitor(a) tomar conhecimento ou lembrar de momentos importantes e gratificantes que tivemos nas últimas semanas, mas também possa proporcionar esperança e motivação para o caminho cotidiano no seguimento de Jesus. Penso sempre no valor do nosso jornal bimestral diocesano como um veículo de comunicação que, fazendo-nos recordar ou ter a informação de acontecimentos que mereceram certo destaque na programação das paróquias, foranias ou da diocese, seja um valioso material animador à ação pastoral e evangelizadora, pela qual cada um e cada uma, independentemente de sua função, deve espalhar o sal e a luz necessários à difusão do Reino de Deus.
Particularmente quando chegamos ao final do ano, geralmente comentamos mais a respeito da rapidez da passagem do tempo. Tenho a ideia de que os últimos meses ou as últimas semanas do calendário civil anual não devem somente ser ocasião para fazermos uma nova constatação, às vezes até triste, da fluidez ligeira da nossa passagem por este mundo, mas também uma oportunidade de buscar, nas celebrações que a liturgia nos oferece, um renovado impulso para viver com um sentido de vida que acrescente dignidade e enriqueça aqueles que estão ao nosso redor.
Neste sentido, embora já saibamos, acredito que seja importante recordar que, antes do término do ano civil, temos a conclusão do ano litúrgico, já na última semana de novembro. É oportuna, para mim, esta lembrança aqui no texto, no sentido de que a grande festa de Cristo Rei e a chegada do tempo do Advento não sejam apenas uma repetição do que acontece todos os anos. A Igreja pode até ser repetitiva conosco, quanto ao fato de ouvirmos, novamente, uma palavra que, num primeiro momento, não parece trazer novidade, porém, tal insistência acontece numa fase ou num instante da minha vida que para Deus é único, ou seja, nunca mais voltará. E a vivência desse momento, quer seja numa circunstância mais alegre ou mais triste, é desígnio do Seu amor, da Sua bondade, mesmo que eu não tenha explicação para o que está acontecendo, principalmente diante de uma realidade que me provoca a várias interrogações, sem obter respostas.
O último bimestre do ano civil iniciou-se com a memória dos finados, muitos dos quais, mais do que em fotografias ou em vídeos, ou mesmo em objetos pessoais, são lembrados e estão “guardados” na memória do coração. Se esta verdade é tão importante para nós quando consideramos as marcas que tais pessoas deixaram em nossa vida, o que dizer, então, de Deus, que tem toda a história do mundo e a de cada ser humano totalmente absorvida em Seu infinito poder? Mas, no final do bimestre, que também é o final do ano, temos a significativa celebração do Natal. Infelizmente, a tendência é que experimentemos o tempo avançar mais rapidamente ainda, porém, com grande probabilidade, é possível constatarmos que esta situação se deve a uma variedade de preocupações superficiais que não têm nada a ver com o autêntico sentido do Natal.
Aproveitemos, pois, a oportunidade, e questionemo-nos com seriedade se desejamos nos preparar para celebrar o Natal de Jesus verdadeiramente, ou seja, o nascimento da vida dele em nossa vida, ou festejaremos um Jesus “confeccionado” pelos muitos interesses de um mercado que nos encanta, e, no entanto, ao mesmo tempo, perversamente nos esvazia, porque nos enche de tanta coisa que a nossa vida não precisa, além de nos destruir.
Dom Luiz Gonzaga Fechio