CINZAS, UM FORTE SINAL

Caro(a) irmão(ã), com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo da Quaresma, quarenta dias em preparação à Páscoa do Senhor, maior solenidade cristã.

Nossa proposta, nesta reflexão, é falar das cinzas. No entanto, antes, cremos ser oportuno lembrar algo muito importante: São Bento de Núrsia, falecido no século VI, ensinava que seus monges deveriam viver, em toda a vida, uma penitência quaresmal. Como sabia, contudo, que isso era difícil, recomendava a cada religioso que redobrasse as penitências – sem exageros (com o aval do superior) –, no tempo da Quaresma (Santa Regra, 49), a fim de pedir perdão pelos próprios pecados e também pela falha dos demais seres humanos. Isso é belo e serve para nós hoje: devemos batalhar, com a graça divina, na própria santificação e na salvação do mundo inteiro.

Aqui entra o tema desta reflexão: as cinzas, sinal de penitência pelos nosso pecados, pelos do próximo e lembrança da nossa pequenez. Sim, para os judeus, no Antigo Testamento, ela representa o que é passageiro (cf. Jó 13,12) e sem valor (cf. Gn 18,27; Is 44,20; Eclo 40,3; Lm 3,16). É também um sinal de luto tomar cinza sobre a cabeça (cf. 2 Sm 13,19; Is 61,3; Mt 11,21), sentar-se sobre ela (cf. Jo 2,8; Jn 3,6) ou revolver-se nela (cf. Jer 6,26; Lm 3,16; Ez 27,30). Dá ainda ideia de aflição (Sl 102,10).

No entanto, vale lembrar o seguinte: a cinza recebida na Quarta-feira, início da Quaresma, é um sinal expressivo, mas externo da verdadeira penitência, que deve ser interior (no coração), a despertar em cada um de nós o decidido arrependimento dos pecados e o consequente desejo da Confissão Sacramental. Só ela apaga o pecado grave.

É nesse contexto que entra a fala penitencial do Profeta Joel (2,13): “Rasgai os vossos corações, e não as vossas roupas, retornai a Javé vosso Deus, porque ele é bondoso e misericordioso, lento para a ira e cheio de amor, e se compadece da desgraça”.

Santo tempo quaresmal!

Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo.

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