CARDEAL TEMPESTA CELEBRA 50 ANOS DE CONSAGRAÇÃO MONÁSTICA

Dia 2 de fevereiro, Dom Orani João Tempesta, O. Cist., Arcebispo metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, celebrou o seu Jubileu de Ouro de consagração monástica. Ela ocorreu, em 1969, no Mosteiro cisterciense de Itaporanga, mas para o Mosteiro Nossa Senhora de São Bernardo, da mesma Ordem, em São José do Rio Pardo (SP), sua terra natal.

Dom Orani nasceu no dia 23 de junho de 1950, filho de Achille Tempesta e Maria Bárbara de Oliveira, cursou, em sua própria cidade, o Ensino Fundamental e Médio e recebeu os sacramentos da Iniciação Cristã. Ingressou no já citado Mosteiro, em 1º de fevereiro de 1968, fez a profissão simples, em 2 de fevereiro de 1969, e a solene em 2 de fevereiro de 1972. Cursou Filosofia, no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, de 1969 a 1970, e Teologia no Instituto Pio XI, São Paulo, de 1971 a 1974.

Recebeu os ministérios de acólito e leitor, em 18 de março de 1973, foi ordenado diácono, em 25 de março de 1973, na Paróquia São Roque, em São José do Rio Pardo, por Dom Tomás Vaquero, então bispo de São João da Boa Vista e sacerdote, no dia 7 de dezembro de 1974, na mesma igreja. No mosteiro, exerceu as funções de vice prior de 1974 a 1984, prior, de 1984 a 1996, em dois mandatos. Com a elevação do então Mosteiro de Nossa Senhora de São Bernardo à Abadia, em 1996, Pe. Orani foi eleito seu primeiro Abade (Abba = Pai; superior).

Exerceu muitos ofícios também na Diocese até ser nomeado Bispo de São José do Rio Preto, em 26 de fevereiro de 1997, pelo Papa São João Paulo II, tendo por lema episcopal o “Ut Omnes Unum Sint” (Para que todos sejam um). Em 13 de outubro de 2004, o mesmo Pontífice o escolheu com Arcebispo metropolitano de Belém do Pará, e, em, 27 de fevereiro de 2009, o Papa Bento XVI confiou-lhe a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. No Consistório de 22 de fevereiro de 2014, depois de ter sido seu hóspede, na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, o Papa Francisco o criou Cardeal-presbítero.

A celebração do Jubileu de Ouro do monge cardeal ocorreu no Santuário de São Roque, ao lado do mosteiro, em um clima de simplicidade, seriedade e profundidade próprios da Ordem Cistercience, fundada em 1098, na França, por São Roberto, Santo Alberico e Santo Estêvão Harding e muito impulsionada por São Bernardo de Claraval. Após a Homilia, Dom Orani, diante de vários superiores que o sucederam no governo do cenóbio, colocou-se diante do Prior Administrador do Mosteiro, Pe. José Lamas, ladeado pelos dois monges mais antigos da comunidade: Pe. Agostinho e Pe. Sebastião. O Prior Administrador perguntou-lhe, então: “Que pedes?” Respondeu o jubilar: “A misericórdia de Deus e a graça do jubileu, pois confio no Senhor”. O Prior disse-lhe: “Se perseverares até o fim, serás salvo”. Em seguida, o monge cardeal renovou a sua profissão monástica com a leitura e a assinatura da fórmula própria escrita em um pergaminho e o canto, em latim, do Suscipe-me, Domine (Recebe-me, Senhor).

Como é costume, na Ordem, Dom Orani recebeu o baculum senectudis ou o báculo da ancianidade. Ele é muito é diferente do báculo pastoral, mas deseja lembrar ao monge jubilar que, na plenitude da caminhada neste mundo, importa-lhe muito valer-se de apoios não tanto físicos, mas, sobretudo, espirituais. Assim, o Prior apresentou-lhe o símbolo monástico dizendo: “Recebe este báculo, imagem da Cruz de Cristo, sustentáculo de tua velhice, que poderás doravante usar, não tanto para sustentar as forças corporais quanto para obter a fortaleza espiritual da parte de nosso Salvador, Jesus Cristo, que no Evangelho nos chamou a si, dizendo: ‘Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e eu vos darei alívio’. Ele que é bendito nos séculos”. O jubilar tomou o báculo nas mãos e respondeu: “Amém”. Seguiu-se o “Abraço da Paz” dos Bispos – Dom Antônio Emídio Vilar, de São João da Boa Vista e Dom Edmilson Caetano, de Guarulhos – dos sacerdotes concelebrantes e dos monges, dentre eles os Abades de Itaporanga (Dom Celso) e de Itatinga (Dom Luís Alberto), a Dom Orani.

Terminamos com a máxima de São Bento, patriarca dos monges do Ocidente: Ut in omnibus glorificetur Deus, ou, em tudo, seja Deus glorificado (Regra, cap. 57).

Ir. Vanderlei de Lima é eremita na Diocese de Amparo

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