Caminhada da Esperança: de Caçapava à Aparecida, por amor à Mãe
Mais de 40 peregrinos enfrentaram cerca de 60 km a pé para celebrar os 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina, em Aparecida
Jaqueline Montoya– Uma loucura de amor. É assim que se pode descrever a Caminhada da Esperança, realizada entre os dias 3 e 6 de julho, como parte das celebrações pelos 75 anos da Campanha da Mãe Peregrina. Enviados do Santuário Tabor da Permanente Presença do Pai, em Atibaia/SP, um grupo com mais de 40 peregrinos percorreu a pé cerca de 60 km, de Caçapava/SP a Aparecida/SP.
A exemplo de Pozzobon: sempre dar “um pouquinho mais” pela Mãe
Frio, calor, bolhas nos pés, poucas horas de sono, dores… Nada disso impediu os peregrinos de cumprirem sua missão. Os três dias de caminhada foram marcados por muito esforço, fé, amor e, sobretudo, alegria.
A partida aconteceu em Caçapava, com o frio típico das manhãs de inverno. Os dias começavam com a Santa Missa, seguidos por uma meditação em áudio sobre a vida do venerável João Luiz Pozzobon e pela oração do terço. Os temas de cada dia foram: “O Sim à Missão”, “João Luiz Pozzobon – Peregrino da Esperança” e, por fim, “Entrega Total”.
A motivação de “dar um pouquinho mais”, como fazia Pozzobon, tocou profundamente os corações. Se o primeiro dia trouxe o frio, o segundo veio com um sol intenso, que desafiou ainda mais o grupo. Ainda assim, nada os desanimava. A cada manhã, cada peregrino recebia um envelope com intenções especiais para rezar ao longo do dia. Não era apenas uma caminhada, era uma peregrinação carregada de sentido, espiritualidade e entrega.
Uma relíquia entre os peregrinos
“Recebemos a grande missão de conduzir a imagem histórica da Mãe Peregrina, uma das primeiras que passaram pelas mãos do venerável João Luiz Pozzobon. Ganhávamos força a cada momento, porque um estimulava o outro, e a recepção dos membros da Campanha da Mãe Peregrina, em cada ponto de parada, era cheia de carinho e cuidados – de tocar o coração mesmo. Isso nos dava ainda mais ânimo. Rumamos de Caçapava para Tremembé, depois de Tremembé para Pindamonhangaba, sempre com o pensamento em Aparecida, onde seria a grande comemoração dos 75 anos da Campanha, e onde a imagem histórica seria entregue aos participantes da Celebração Jubilar, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida”, relatou João Francisco Beraldo, de Franco da Rocha/SP.
Além da peregrina, uma Cruz da Unidade abria caminho e conduzia o grupo, que permaneceu unido do início ao fim. “Caminhamos como peregrinos, não como andarilhos. Sabíamos onde queríamos chegar e por quê. Isso fez toda a diferença e nos deu forças em todos os momentos”, destacou Natália Madeira, de São Bernardo do Campo/SP.
Em Aparecida: lágrimas de alegria
No último dia, ainda de madrugada e sob frio intenso, o grupo iniciou o trecho final da caminhada. Faltavam poucos quilômetros para o destino, e a meditação do dia “Entrega Total” refletia bem o sentimento de todos. A cada placa indicando a proximidade de Aparecida, os corações batiam mais forte. Quando avistaram a Basílica, a emoção tomou conta.
No caminho até o Centro de Eventos, cantos dedicados à Mãe ecoavam pelo estacionamento e pela praça de alimentação. Os cajados, antes apoio para os passos, agora marcavam o ritmo das músicas. Muitos pararam para fotografar ou filmar o grupo.
Ao chegar, um momento ímpar: o grupo se posicionou diante da entrada do Centro de Eventos justamente durante a coroação da Mãe. Uns com lágrimas nos olhos, outros com largos sorrisos, entraram emocionados cantando: “Hoje quero ser herói, hoje e não amanhã. Hoje quero ser herói da Mãe de Deus, como João Pozzobon.”
A emoção tomou conta dos participantes. Com a imagem histórica e a Cruz da Unidade à frente, a missão estava cumprida, ou quase!
Gratidão e peregrinação final
Após a entrega da imagem no Centro de Eventos, chegou um dos momentos mais aguardados: a passagem pela imagem da Mãe Aparecida. Antes disso, cada peregrino recebeu seu certificado de conclusão da caminhada. Um gesto singelo, mas carregado de significado: superação, fé, sacrifício e amor.
Era hora de agradecer, entregar as intenções pelas quais rezaram e também tudo o que viveram nesses dias intensos.
Roseli Masseti, de Americana/SP, resumiu o sentimento de muitos “é difícil expressar tudo o que senti. Quero agradecer imensamente a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização desse sonho: às Irmãs, à equipe de apoio da caminhada, ao casal ‘anjo’ que nos acompanhou, às pessoas que nos acolheram nas paradas, aos padres e ao diácono, aos peregrinos, pelas mensagens de incentivo… Enfim, tudo, exatamente tudo, foi maravilhoso. Foi uma experiência única, que levarei comigo para sempre.”
Matéria originalmente publicada pelo site oficial da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt – www.maeperegrina.org.br. Conteúdo reproduzido com os devidos créditos.