A Esperança é uma virtude fundamental. É ela que nos fortalece, que nos motiva a caminhar com paciência todos os dias, enfrentando com coragem as provações, a exemplo dos profetas (2ª leitura).
A esperança produz a alegria, porque confiamos no autor das promessas. Sabemos que o Messias anunciado por João Batista é o verdadeiro Salvador. E, por ter fé, percebemos os sinais que ele realiza, as curas e libertações profundas que sua presença nos traz.
Quem tem fé, enxerga a vida que brota da morte… enquanto aqueles que não creem continuam vendo apenas a morte e a derrota, por mais milagres que Jesus faça (e continua fazendo hoje!). Mas é preciso não se escandalizar por causa dele, é preciso entender que ele não se apresenta da forma como imaginamos, da forma como, em nossa limitação humana, entendemos a promessa da libertação.
Não esperemos um Messias cercado das glórias do mundo, pois ele se apresenta humilde e pobre, e nos convida a imitá-lo nesse caminho. Não esperemos um Messias vencedor e triunfante segundo os critérios do mundo, não esperemos que ele extermine os inimigos que nos oprimem e nos impedem de viver folgadamente, pois a libertação que ele nos traz é de outra ordem: ele vence a morte passando pela morte, e nos liberta sobretudo de nós mesmos, e dos apegos que nos prendem, das ambições que nos tentam, dos rancores que nos dividem. Uma vez superadas essas limitações, doenças e mortes, então sim, viveremos plenamente, mesmo neste mundo, porque viveremos nele, por ele e com ele. E uma vez concluída a purificação do exílio (1ª leitura), poderemos nós, os redimidos do Senhor, regressar à Pátria entre gritos de alegria…
Esse regresso é certo e essa libertação está próxima, por isso nos alegramos. Já podemos nos alegrar desde já, pois Deus está sempre próximo daqueles que nele creem e nele esperam. Quando nos fazemos pobres e tudo esperamos de Deus, nada pode diminuir nossa alegria, nem mesmo a provação, e a alegria do Senhor é a nossa força.
João Batista não tem dúvidas sobre a identidade de Jesus. Mas envia-lhe seus discípulos para que vejam por si mesmos… e, vendo, acreditem. Ele não exalta a si mesmo, e por isso Jesus o exalta. Essa é também a missão da Igreja, que não existe para si mesma, mas apenas para conduzir a Jesus. O verdadeiro evangelizador é aquele que sabe passar despercebido, orientando todos os olhares para o Crucificado.
Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (11.12.16 – 3º Domingo do Advento)