A PALAVRA QUE DÁ SENTIDO

Texto integrante do Informativo bimestral O AMPARO, da Diocese de Amparo | ed. nº 18
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Amada irmã e amado irmão, entramos na última terça parte do ano, caminhando com um olhar que já nos projeta ao fim de 2018, quando consideramos um ritmo que parece acelerar-nos cada vez mais. À medida que vamos nos aproximando da conclusão de um ciclo anual, a tendência – às vezes também pela necessidade – é começar a planejar o ano seguinte, ainda mais levando em conta que as circunstâncias que nos envolvem, no contexto social e político do país, bem como a própria caminhada da Igreja, em sua ação pastoral e evangelizadora, vão, de certo modo, nos “empurrando” a refletir o dia a dia numa perspectiva que nos reporta para um amanhã que parece estar mais “perto”.

No entanto, uma questão, a meu ver, relevante, é perguntarmo-nos continuamente: mais “perto” de quê, e para quê, depois? O perigo constante – que já constatamos – de tudo muito “acelerado”, no ritmo frenético de tantos compromissos – até mesmo no universo infantil – e com uma “avalanche” de informações por uma mídia sempre mais competitiva, disputando “clientes” em nossos próprios aparelhos celulares, insaciavelmente, é perdermos, crescentemente, o sentido de tudo, ou quase tudo.

Faço este questionamento desejando considerar aqui, ainda que em poucas palavras, a importância de atualizarmos a Palavra de Deus ao longo do nosso caminhar. Com o destaque que a Igreja lhe dá neste mês, como “Mês da Bíblia”, não apenas temos a oportunidade, mas também a provocação para confrontarmos nossa vida, o que acontece conosco e ao nosso redor, com o livro que ainda parece ser o mais vendido, e, como afirmamos, deve ser o primeiro de “cabeceira de cama”. Infelizmente, porém, temos a impressão de que ele está progressivamente distante dessa “cabeceira”.

O mês que inicia este último quadrimestre é uma nova oportunidade, com a ênfase que a Igreja põe na relevância da Sagrada Escritura, de voltarmo-nos para ela com mais sede e fome, com maior profundidade na consciência que já temos, mas que necessita de renovada lucidez, de não equipararmos o seu valor ao de outros livros e outras muitas palavras. O mais difícil não é comprar ou presentear com a Bíblia, e, mesmo o seu estudo, tão exigente, não é tão desafiador quanto deixarmo-nos modelar continuamente por essa Palavra, procurando, sem cessar, transformarmo-nos no homem novo, na mulher nova que o Senhor deseja.

Aproveitando que esta reflexão nos convida a uma redescoberta sempre pertinente da Palavra de Deus, e em vista de um momento tão especial em nosso país, para um futuro melhor que tanto desejamos e necessitamos e que, ao menos em grande parte, está em nossas mãos, com as eleições, avaliemo-nos e interroguemo-nos, sem pressa de responder: a Palavra do Senhor é critério fundamental para as minhas escolhas, mesmo que estas sejam tão difíceis? A Palavra ajuda-me, decisivamente, conforme meus interesses e minha consciência, a alargar os horizontes da minha visão quanto ao que preciso procurar enxergar melhor?

Na última semana de setembro iniciaremos, oficialmente, a estação da primavera, que já começou a mostrar a beleza que lhe é própria. Alicercemo-nos na Palavra para favorecer melhor o “novo” que precisamos construir, buscando motivação também na renovação que a natureza nos oferece! Com a ordenação do Diácono Everton como nosso novo padre, dia 21 de setembro, em Santo Antônio de Posse, e com o mês missionário em outubro, avancemos na semeadura que nos cabe realizar com perseverança, para a floração e a colheita que almejamos e que, com certeza, a graça de Deus nos possibilita.

Dom Luiz Gonzaga Fechio

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