15 de agosto, Assunção da Virgem Maria

Neste sábado (15), celebramos a Assunção de Nossa Senhora, e para entendermos mais sobre a importância desta data, convidamos o Padre Ademir Bernardelli para melhor esclarecer sua origem e significado.

“O dogma da Assunção de Maria foi proclamado pelo papa Pio XII, em 1º de novembro 1950, com a publicação da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus que traz a seguinte declaração: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.

Essa solenidade é, primeiramente, exaltação da glória do Cristo: a vida e a ressurreição. A Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, nos faz recordar que Maria, a primeira redimida pelo Cristo, a primeira seguidora e discípula, em vista da sua divina missão, foi também a primeira glorificada em corpo e alma nos céus. O dogma da Assunção de Nossa Senhora, proclamado pelo Papa Pio XII, não se preocupa em dar detalhes como se, por exemplo, Maria morreu ou não. Todavia, está antiquíssima solenidade, celebrada desde os primórdios, sobretudo pelos cristãos orientais que a chamavam de “Dormitio Virginis Mariae”, ou seja, “Dormição da Virgem Maria”, não exclui a possibilidade da morte da Virgem Maria, uma vez que para nós cristãos, a partir de Cristo e sua Páscoa, a morte ganhou um novo sentido, passou a ser a nossa Páscoa pessoal.

O que o dogma da Assunção de Nossa Senhora confirma  que Maria não experimentou a corrupção da morte, ou seja, morrendo, foi imediatamente glorificada pelo seu Filho, sendo elevada em corpo e alma ao céu. Maria experimentou antecipadamente aquilo o que é o destino de todo cristão.

Nós sabemos que também morreremos, porém, diferentemente da Virgem Imaculada, experimentaremos a corrupção do sepulcro, e só na Parusia a nossa alma será novamente unida ao corpo glorioso que Cristo vai nos restituir. É o que nos afirma a segunda leitura de hoje: “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar, Cristo, como primícias; depois, os que pertencem a Cristo por ocasião da sua vinda.” (1Cor 15,22-23)

O que nós experimentaremos por ocasião da Parusia do Senhor, Maria já experimentou e, por isso, já está unida em corpo e alma a Cristo nas alturas. É isto o que nos afirma o dogma da Assunção de Nossa Senhora.

A Solenidade da Assunção de Maria Santíssima é contemplar na vida da Virgem aquilo o que a Igreja espera ser. Maria é modelo da Igreja, uma imagem na qual os fiéis devem se espelhar. Maria é a mulher vestida de sol, que gera o fruto bendito, o Cristo Senhor, que “veio para governar todas as nações com cetro de ferro” e que foi elevado para junto do Pai, onde sempre esteve antes da sua Encarnação. A Igreja também gera no mundo o Cristo, através da pregação da Palavra, do testemunho dos cristãos e dos sacramentos. A Igreja é esta que está voz que fala pelo Cristo ao mundo gerando filhos para a construção do Reino.

Diante do encontro de Maria e Isabel. Mal acaba de receber da boca do anjo o anúncio de que será a Mãe do Salvador, Maria sai ao encontro de Isabel, que se encontra no sexto mês de gravidez, a fim de prestar-lhe auxílio. Exerce a função de portadora da boa nova do Verbo, como missionária do Senhor.

O encontro de duas mulheres grávidas pela ação do Espirito Santo, faz ressaltar a alegria no ventre da anciã e Isabel cheia do Espírito Santo, expressa a alegria para Aquela que acreditou e chama Maria de Bendita. Maria é a portadora do Espírito e um Pentecostes acontece na vida de Isabel e João Batista, como já havia acontecido na vida da Virgem que trazia em seu seio o Redentor do mundo. Esta alegria expressa por Isabel, alegria, tem em Lucas significado da chegada do Messias, e proclama verdades magníficas: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (…) Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu.”

Maria é a mulher bendita, no seio da qual é gerado o Redentor. Maria é a mulher bendita, nova Arca da Aliança, que guarda em si a Palavra de Deus! Maria é bem-aventurada porque acreditou; e, porque acreditou, será realizado nela conforme a Palavra do Senhor.

A Palavra do Senhor é eficaz, conforme nos diz o Salmo 33,9: “Porque ele diz e a coisa acontece, ele ordena e ela se firma”. Unindo-se ao louvor de Isabel Maria canta o magnificat, este canto permeado de passagens do Antigo Testamento, onde Maria canta a glória do Senhor que realizou “grandes coisas” em seu favor.

Contemplando a vida da Virgem, desejemos imitá-la. Sejamos também bem-aventurados, porque acreditamos no que o Senhor prometeu. Sejamos, como Maria, homens e mulheres de fé. Guardemos em nós a Palavra a fim de que em nós também o Cristo seja gerado. Proclamemos com nossa voz que o Senhor “fez em nós grandes coisas, maravilhas”!

Exultemos de alegria no Senhor que elevou aos céus em corpo e alma a Virgem Santíssima e que um dia também nos glorificará, dando-nos um corpo glorioso no Reino que Ele prepara para nós. Olhemos a Virgem e contemplemos aquilo o que a Igreja espera ser. Olhemos a vida da Virgem e a imitemos, a fim de sermos discípulos “bem-aventurados” porque guardamos em nós as promessas do Senhor.”

 

                                                               Pe. Ademir Bernardelli – Diocese de Amparo

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