João Batista é portador de uma missão bem definida: preparar o caminho do Senhor. No deserto da nossa vida, Deus quer construir uma estrada que nos conduza com segurança à salvação…
Essa “estrada” é o próprio Jesus. Não há outro caminho para chegar ao Pai. Quem percorre esse caminho conhece a Deus, e desse conhecimento brota a união, a fraternidade, a paz; já ninguém fará o mal (1ª leitura), e não haverá divisões ou rivalidades. É a imagem da Igreja, que reúne, pela fé em Cristo, todos os povos, raças e classes sociais em torno da Eucaristia, na qual Jesus se oferece por todos.
O Caminho do Senhor vem sendo preparado ao longo de toda a História da Salvação. As Escrituras contribuem para nos dar esse conhecimento de Deus que nos consola e nos faz irmãos (2ª leitura).
De que forma nos encontramos com a Palavra? Pela pregação (anúncio). O Evangelho nos mostra as três etapas que fazem parte do processo de salvação: em primeiro lugar o anúncio, que deve produzir a conversão (arrependimento e confissão dos pecados), sendo esta selada pelo batismo, no qual recebemos a filiação divina e nos comprometemos a seguir o Caminho que é Jesus.
Deus não se deixa enganar. Não adianta buscar o batismo sem ter, ao menos, um desejo sincero de conversão. Deus sabe que somos fracos e caímos constantemente, mas está sempre disposto a nos perdoar e a nos recolocar no caminho que é Jesus, se nos esforçamos com sinceridade. Mais do que os resultados concretos, importa para ele o nosso arrependimento, humildade e perseverança. Importa que não nos consideremos já salvos apenas por pertencer à Igreja, mas que compreendamos a necessidade de buscar a salvação todos os dias. Esses são os frutos de conversão que ele nos pede, são os pré-requisitos para que a graça do batismo possa agir em nós e nos conduzir à santidade.
O processo de conversão é permanente e constante: precisamos continuamente nos alimentar da Palavra que nos instrui e nos permite permanecer no Caminho, e da Eucaristia, que renova em nós a graça do batismo; precisamos ainda purificar-nos de nossas faltas e “corrigir a rota” pelo sacramento da confissão, que comprova e alimenta a nossa humildade e sinceridade.
O Advento é um tempo forte de conversão que a Igreja nos oferece. Não desperdicemos essa oportunidade de preparar em nós o caminho do Senhor!
Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (04.12.16 – 2º Domingo do Advento)
