NÃO TENHAM MEDO!

RV18198_ArticoloJesus conforta seus discípulos com a promessa do Reino, mas ao mesmo tempo lhes diz: “Vendei vossos bens e dai esmola!” São os tesouros do céu que devem ser buscados, não os da terra, porque os da terra são perecíveis, e Deus quer nos dar algo muito melhor. A ordem de vender os bens é um claro sinal de que estes são um estorvo, um obstáculo à conquista do Reino. É preciso escolher, não dá para conciliar os dois interesses (“Não se pode servir a dois senhores”…) O tempo presente não é tempo de acumular para si, nem de se acomodar, mas de estar vigilantes, porque não sabemos quando o Senhor vem! E, se estivermos ocupados com nossos interesses imediatos, esquecendo de investir na vida futura, perderemos a herança… A ordem de dar esmolas não tem como objetivo principal o bem-estar dos pobres, mas o nosso despojamento! O resto é consequência, e só há verdadeiro benefício dos irmãos como fruto do desapego de quem optou por Deus.

O povo de Deus sempre viveu alimentado pela esperança da salvação e da glória prometidas (1ª leitura), dando graças a Deus por seus inúmeros favores, mas, ao mesmo tempo, experimentando sempre novos perigos e provações. Nunca lhes foi permitido acomodar-se ou descansar, dando por terminada a caminhada e as lutas. Sempre que tentavam fazê-lo, acabavam por esquecer-se de Deus (como o administrador imprudente do Evangelho), e Deus precisava puxar-lhes novamente o tapete, enviando “ladrões e traças” para recordar-lhes a inutilidade dos bens e prazeres do mundo…

Assim como o povo libertado do Egito encontrou as dificuldades do deserto, também para nós, hoje, a salvação já se realizou (em Jesus Cristo), mas ao mesmo tempo não está ainda garantida, nem estará nunca durante esta vida, que será sempre um caminho a percorrer e um trabalho a cumprir. “Esta vida é nosso barco, não nossa morada”, lembrava a pequena Teresa de Lisieux. Importa estar sempre alerta e vigilante.

É verdade que, pela fé, já possuímos aquilo que esperamos (2ª leitura), pois Deus nos conforta com sua presença e sua paz. Por isso os patriarcas foram perseverantes, mesmo tendo que “morrer sem terem visto a realização da promessa”. Eles já desfrutavam, em seu coração, da recompensa por sua fidelidade. Também nós podemos, desde já, ter no coração o tesouro que escolhemos, e por isso Jesus nos lembra que não é preciso ter medo, ainda que soprem os ventos e os inimigos ataquem…

Margarida Hulshof – Paróquia Divino Espírito Santo/Holambra

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (07.08.16 – 19º Domingo Comum)

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