NÃO NOS DEIXEMOS ENGANAR!

RV10877_ArticoloNo final do Ano Litúrgico, a Igreja chama nossa atenção para a escatologia, isto é, para os acontecimentos ligados ao fim da História. E então, somos defrontados com a evidência de que tudo passa: a figura deste mundo não dura para sempre, pois é como a “gestação” de que falávamos na semana passada.

E hoje, como ontem, as pessoas se sentem curiosas a respeito dos acontecimentos futuros: “Quando será?” “Como será?” Qualquer falso profeta anunciando tragédias atrai logo uma multidão de seguidores. O fim do mundo já foi previsto incontáveis vezes, e todas as previsões falharam.

Jesus não nos revelou “o dia e a hora”, porque esse conhecimento de nada nos serviria. Ao contrário, poderia levar-nos, como os fiéis de Tessalônica, à acomodação e à vadiagem: para que trabalhar, para que nos esforçar em ser bons, se o mundo vai acabar em breve (2ª leitura)? É como se o feto, dentro do útero, desistisse de continuar a desenvolver-se por saber que a gestação está chegando ao fim: é claro que isso só iria prejudicá-lo! Também a Igreja precisa vencer a tentação de acomodar-se a este mundo que passa, como se existisse para ele…

Muitos se preocupam com as previsões de catástrofes (que, na verdade, vêm acontecendo continuamente, desde que o mundo é mundo), ao invés de preocupar-se com a única coisa que de fato adianta: estar preparados! Seja o que for que aconteça, e seja quando for, a única coisa que nos poderá ajudar nessa hora (que, na verdade, soa para cada um no momento de sua morte) é a consciência de ter cumprido o dever, de ter “combatido o bom combate”, de ter amado a Deus e sido obediente aos seus ensinamentos! É isso o que definirá se o “fogo” do Dia do Senhor será para nós purificação (como acontece com o ouro), ou destruição (como acontece com a palha), lembra a 1ª leitura. Nosso futuro não depende de conhecer as datas, mas depende de nossas atitudes, de nossa fidelidade e perseverança de cada dia.

A cruz, que para o mundo aparece como derrota, é o verdadeiro passaporte para a vitória, para a vida. “Quem perde a vida, esse a ganha!” Nossa preocupação, pois, não deve ser escapar das dificuldades e sofrimentos (que podem ser necessários para a nossa purificação), mas escapar do pecado, a única verdadeira catástrofe. Não fiquemos olhando para o que passa, saibamos “abrir os olhos” para o que não passa…

Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (13.11.16 – 33º Domingo Comum)

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