Em plena realidade de COVID-19, lembramos que o dia 7 de abril é o Dia Mundial da Saúde!
Nas circunstâncias de tanto desencontro de informações, com motivações más que são alimentadas em muitos corações, por diversos interesses egoístas, por oportuna coincidência, esse dia é recordado durante uma situação tão assustadora pela qual passa praticamente o mundo todo. Mais ainda: dentro de uma semana que, particularmente aos católicos, é muito especial, tanto que é chamada de “grande semana”, pelo que celebramos dos últimos dias e momentos da vida de Jesus.
Celebrar a paixão, morte e ressurreição de Jesus, novamente, cada ano, para quê? Apenas mera repetição ou simples lembrança nostálgica? Ou uma atualizada consciência do quanto o nosso mundo está enfermo, pela doença do pecado em nossos corações? Doença que, obviamente, não tem nada a ver com a vontade de Deus, se refletimos com um mínimo de lucidez!
Pois bem, então, não é nada forçado e muito menos romântico afirmar que o Senhor foi à Cruz para mostrar-nos que somos muito contraditórios ou incoerentes quando, desejando uma vida com “qualidade”, inversamente semeamos doença de todo tipo, mesmo que, às vezes, involuntariamente. E essas manifestações acontecem em nosso corpo porque a alma não está saudável, quanto ao modo de se viver em relação a Deus, ao próximo, ao meio ambiente, a si mesmo.
Por ocasião desse dia 7, seis entidades do Brasil – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, Academia Brasileira de Ciências (ABC), Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) – representadas pelos seus presidentes, manifestaram-se belissimamente num texto intitulado Pacto pela Vida e pelo Brasil, que podemos conferir facilmente na internet, publicado também no site de nossa diocese (o link está abaixo deste texto).
Que as palavras tão bem colocadas na redação desse Pacto ajudem-nos a uma conscientização que necessita de uma mente esclarecida e, principalmente, um coração aberto para acolher um apelo que nos leve a questionar com mais responsabilidade social o jeito próprio de ser, no pensar, no sentir, no falar e no fazer, com as decisões que tomamos no dia a dia, jeito este que nos damos o direito de possuir, muitas vezes numa liberdade que ofende, violenta, e mata o próximo.
Dom Luiz Gonzaga Fechio