Em Jesus temos a plenitude da Revelação de Deus. O Verbo que é Deus e que já estava agindo no mundo desde o princípio, agora se fez humano, tornou-se um de nós. Não se fez anjo, mas homem, e a esse Homem todos os anjos adoram…
Assim como, através do Verbo, o mundo foi criado, agora, com a encarnação desse mesmo Verbo, tem início uma nova criação, que restabelece a relação filial do homem com Deus, perdida pelo pecado. Em Jesus que se fez nosso irmão, nós nos tornamos filhos de Deus e podemos, assim, realizar a nossa vocação de criaturas.
Mas o Deus Onipotente veio a este mundo como uma criança, frágil e vulnerável, e por isso sua chegada passa despercebida para muitos. “Ele veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”, porque sua mente estava ocupada com ideias de grandeza, de vaidade, de egoísmo e de comodismo. As palavras que essa Criança trouxe ao mundo não são ouvidas, porque falam de humildade e simplicidade, e nosso coração está cheio de orgulho e vaidade. Falam de infinito, e nosso coração está apegado às coisas que passam…
Diz R. Schnackenburg: “Em todos os testemunhos da fé cristã primitiva, uma coisa é clara: no âmbito da história apresenta-se um homem, um homem como todos nós; porém, em toda a sua existência terrena, do nascimento à terrível morte na cruz, ultrapassa de tal modo as dimensões do humano, que nos abre uma porta que faz entrever a transcendência da existência humana. Um homem que faz sinais extraordinários e pronuncia palavras que não passam; põe em prática o amor como nenhum outro; revela o que é o amor que salva os homens; é imagem e sinal de Deus neste mundo. Um homem em quem o eterno irrompe no tempo; através do qual os homens vêm a conhecer a profundidade e a altura da existência humana. Torna-se esperança para os homens destinados à morte, pois, morrendo, nos oferece a vida e nos abre um novo futuro. Tudo isso se revela desde o seu nascimento; a frágil criancinha que jaz na manjedoura é o Salvador do mundo. Esta é a imperecível mensagem do Natal”.
Jesus nasceu! Deus veio habitar entre nós, para que nós possamos chegar até Ele. Jesus é o caminho, a ponte que une a terra ao céu. Que a sua chegada nos encontre vigilantes e de coração aberto!
Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra
Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (25.12.16 – Natal do Senhor)
