FELIZES SEREIS!

todos os santosA liturgia de hoje, ao celebrar todos aqueles que estão já na glória de Deus, convida-nos a lançar um olhar para o futuro que nos espera: o Céu. Sim, se existe algum tipo de “predestinação” em nossa vida, é certamente essa: somos predestinados à santidade (Ef 1, 4-5). Se essa predestinação não se cumprir, terá sido por culpa nossa, pois Deus já fez e continua fazendo a parte dele. Ao assumir nossa carne e oferecê-la ao Pai como sacrifício perfeito, Jesus se fez nosso irmão e nos tornou desde já filhos de Deus, e portanto separados do mundo que não nos conhece, enquanto aguardamos o momento de contemplá-lo face a face (2ª leitura).

Se nele tivermos esperança, essa esperança nos purificará de nossos pecados e nos dará força para enfrentar a “grande tribulação” que é viver em oposição ao mundo, sem nos deixar contaminar por ele embora estando nele inseridos, e purificar assim a “veste” da nossa alma, vencendo e expiando o pecado pela participação na cruz de Cristo que nos redime (1ª leitura).

Como chegar à bem-aventurança que nos é destinada? O Evangelho nos dá a receita: vivendo desapegados das coisas do mundo, sendo misericordiosos e puros, cultivando em nós a fome e a sede da justiça (a vontade de Deus), promovendo a paz que é sinônimo da tranquilidade de consciência de quem tem certeza de ter escolhido o caminho certo, e por isso não teme as perseguições.

O inimigo tenta convencer-nos de que a “felicidade” se limita ao aqui e agora, mas na verdade esta vida é como uma gestação: importante e essencial, sim, mas transitória. O que aqui desenvolvemos e formamos, alimentados pela graça de Deus que nos é dada nos sacramentos, não se destina a este mundo, mas ao outro, depois que tivermos passado pelo “nascimento” da morte. Se não nos formarmos agora, não o poderemos fazer depois, assim como o feto, depois de nascido, não pode mais receber aquilo que não recebeu no útero. Mas todo esse desenvolvimento não se destina à vida uterina, e sim àquela que vem depois… É por isso que somos convidados a desenvolver capacidades que, por enquanto, podem parecer inúteis (como o perdão, o sacrifício, a pureza…), assim como o feto deve desenvolver braços e pernas, pulmões, olhos e cordas vocais de que não precisa dentro do útero… A vida presente não deve ser vivida em função dela mesma, pois sua função é preparar-nos para a vida definitiva e perfeita que nos espera na glória de Deus, e para a qual fomos criados!

Margarida Hulshof | Paróquia Divino Espírito Santo – Holambra

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (06.11.16 – Todos os Santos)

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