ESPAÇO LITÚRGICO – Parte 3

Artigos de Liturgia, n. 15; Fevereiro de 2017

Diácono Rafael Spagiari Giron
Assessor da Pastoral Litúrgica Diocesana

Queridos irmãos e irmãs, filhos amados de Deus!

            No artigo anterior visualizamos a formação do Espaço Litúrgico ao longo da história da humanidade. Já percebemos o quanto ele se adapta às realidades do povo celebrante. De maneira geral, podemos dividir nosso Espaço Litúrgico em três partes principais e mais três partes que podemos chamar de “complementares”. As três partes principais são: presbitério, nave da igreja e batistério. As outras três partes que podemos chamar de complementares são: capela do Santíssimo, sacristia e átrio.

            Todas essas seis partes, acima mencionadas, devem estar em harmonia para que formem o Espaço Litúrgico e sejam locais de encontro com o sagrado. Vejamos cada uma delas:

PRESBITÉRIO: é o espaço que se encontra mais elevado dentro da igreja; chama-se presbitério porque nele está o presbítero. Nele estão presentes: o ALTAR (mesa central em que acontece o sacrifício eucarístico de Jesus com a partilha de seu Corpo e Sangue; o Altar é símbolo de Cristo sacerdote); a MESA DA PALAVRA (símbolo de Cristo profeta; local em que são proclamadas as leituras bíblicas; aqui conhecemos a vontade de Deus e seus ensinamentos de Salvação); a CADEIRA PRESIDENCIAL (símbolo da presença de Jesus como rei, presidindo e orientando a comunidade; o presbítero é sinal e instrumento de Cristo para essa função); a CRUZ PROCESSIONAL (símbolo cristão da entrega de Jesus para nossa Salvação).

            ** Aqui vale uma atenção nossa: ao entrarmos em uma igreja, muitas pessoas buscam primeiramente as imagens de santos; dificilmente se vê alguém que se dirige ao Altar para prestar reverência. Como vimos, o Altar é símbolo de Cristo, por isso é uma peça central em nossas igrejas e merece nosso respeito e reverência.

NAVE DA IGREJA: é o espaço no qual se encontra a ASSEMBLEIA, povo celebrante; local em que estão os bancos da igreja; localiza-se um pouco abaixo do piso do presbitério. Nela as IMAGENS de santos são dispostas; também a VIA-SACRA se faz presente, seja na forma de quadros ou pinturas.

BATISTÉRIO: local em que se realiza o batismo dos novos filhos e filhas de Deus. Em algumas igrejas ele se encontra próximo à porta de entrada (isso porque a pessoa, depois de receber o batismo, entrava na igreja como membro da comunidade de fé); também pode ser encontrado próximo ao presbitério. No batistério está presente a PIA BATISMAL (local em que se coloca a água e se realiza o batismo, seja por imersão ou infusão); e o CÍRIO PASCAL (símbolo de Jesus Ressuscitado e da vida eterna dada pelo batismo).

CAPELA DO SANTÍSSIMO: local em que se colocam as reservas eucarísticas destinadas à comunhão dos enfermos e à adoração dos fiéis. Nela há o SACRÁRIO, local fixo à parede onde ficam as hóstias consagradas (Jesus sacramentado). Também há sempre uma lâmpada ou vela acesa que indica a presença de Jesus. A capela do Santíssimo é um dos locais privilegiados para o encontro com o Senhor Ressuscitado, presente e atuante na vida da comunidade.

SACRISTIA: local em que ficam guardados os objetos litúrgicos utilizados nas celebrações, e também as toalhas e paramentos do padre; geralmente fica ao lado do presbitério (ou atrás dele).

ÁTRIO: infelizmente hoje em dia, em muitos lugares, ele já não existe mais. O átrio é o local em que os cristãos, ao chegarem à igreja, se reuniam para conversar. Podemos dizer que era uma espécie de “puxado” na porta da igreja, seja para o lado externo, ou mesmo interno ao templo. Era uma espécie de espaço de acolhida para depois se adentrar a nave da igreja.

            Podemos perceber que os espaços são muitos e diversificados. Também observamos que cada um deles nos traz uma realidade de vida (batismo, escuta da Palavra, alimento pela Eucaristia, oração, acolhida, entre outros). Usemos desses espaços para alimentar nossa fé e estreitar os laços de nossa comunidade eclesial. Boa experiência de fé!

Para ler o artigo n. 14 clique aqui: ESPAÇO LITÚRGICO – Parte 2

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