Artigos de Liturgia, n. 13; Janeiro de 2017
Seminarista Rafael Spagiari Giron
Assessor da Pastoral Litúrgica Diocesana
Queridos irmãos e irmãs, filhos amados de Deus!
Retomando os artigos de Liturgia, e no desejo de que suas celebrações de natal e passagem de ano tenham sido momentos de encontro com Deus, hoje iremos começar a refletir sobre o “espaço” que utilizamos para celebrar. Esse espaço recebe o nome de “Espaço Litúrgico”. Não é um espaço qualquer, mas um local pensado e preparado para ser ponto de encontro com Deus, seja de forma pessoal ou comunitária.
Quando pensamos em construir, ou ainda, reformar alguma igreja é necessário levar em conta que, dentro desse prédio de tijolos, deverá haver uma harmonia de elementos que faça com que as pessoas que ali adentrem sintam a presença de Deus; em outras palavras, a igreja-templo deverá ser pensada como “casa de celebração”, ou ainda, “casa de oração”. São esses elementos que fazem a diferença, de modo que o prédio construído passa a ser local querido pela comunidade.
O principal “elemento” que caracteriza o edifício para a celebração cristã é a sua capacidade de ser “símbolo”. Já vimos, em artigos anteriores, que o símbolo é capaz de nos levar para realidades além daquilo que visualizamos (por exemplo: o Círio Pascal nos leva ao Cristo Ressuscitado; a cruz nos leva a pensar na Salvação). Por isso, devemos pensar em tudo o que colocamos nas igrejas para ver se, de fato, esses elementos nos levam a contemplar Deus. A igreja-edifício pode ser considerada um lugar escatológico, “sinal e símbolo das realidades celestes”.
No Espaço Litúrgico, a simplicidade é o caminho mais curto e fácil para atingir o belo, elegante e sublime. A casa da Igreja deve ser expressão da verdade que ela anuncia, sem falsidade ou imitação. Por isso, pede-se que os materiais sejam naturais e verdadeiros: nada de plástico, fórmica ou imitação de madeira e pedra. (Cf. Diretório Litúrgico da Diocese de Amparo). A beleza e a unidade do lugar, sem luxo, deve alimentar a piedade dos fiéis e, ao mesmo tempo, manifestar a santidade dos mistérios celebrados.
A fé cristã, expressa por meio de símbolos, dá um especial destaque às imagens (sejam elas do próprio Cristo, ou de Maria ou de outros santos e santas). Elas são permitidas e possuem seu caráter didático para motivar as pessoas a procurarem viver como os santos e santas de Deus. Vale lembrar que, para as imagens, os cristãos católicos oferecem sua veneração; elas são meios de rememoração (lembrança) dos testemunhos de vida de tantas pessoas. Essas imagens estão presentes em nosso “Espaço Litúrgico”.
No próximo artigo veremos um pouco de sua transformação ao longo da história. Por ora, fica para todos nós o exercício de, quando entrarmos numa igreja, percebermos o espaço e a presença de Deus em cada uma delas. Boa experiência de fé!
Para ler o artigo n. 12 clique aqui: O ANO LITÚRGICO – Parte 2