EPIFANIA DO SENHOR

RV22305_ArticoloEpifania significa manifestação, revelação. É o Senhor que se apresenta ao mundo, e portanto a todos nós. Alguém poderia questionar: mas Jesus já não se manifestou ao mundo no Natal?

É preciso fazer uma distinção entre aqueles que aguardavam a chegada do Messias, que pertenciam ao povo da Aliança, e aqueles que não pertenciam, mas aos quais o Senhor também quis manifestar seu amor redentor. No Natal o Cristo se manifesta aos primeiros, sobretudo simbolizados em Maria, José, os pastores. Hoje se manifesta aos segundos, no encantador encontro dos Reis Magos, vindos do Oriente, com Nosso Senhor Menino.

Celebramos hoje o importante evento da vocação à fé dos gentios, a abertura do horizonte da salvação também àqueles que, mesmo não tendo sido convocados para ser o povo da Revelação, são agora atraídos para o amor de Deus, para serem o povo da Redenção, ou seja: a ação de Deus atinge todos os povos e gerações. É sobre isso que São Paulo nos fala na segunda leitura: “o mistério oculto por séculos, e que nos foi revelado nos últimos tempos”.

Com efeito, já não mais existe um povo escolhido e outros que são preteridos. Todos agora são eleitos. Todos nós, também, que não temos a pátria de Israel por morada e não fomos gerados no sangue dos hebreus, possuímos Jerusalém por morada e o sangue de Cristo que nos gerou para a vida da graça! Todos os povos são chamados, como descreve a primeira leitura, à Jerusalém de Luz, que simboliza a Igreja: “adorá-lo-ão todos os reis da terra, todos os povos o servirão”.

O caminho dos Reis vindos do Oriente reflete o nosso itinerário de fé: eles abandonam os almofadados palácios, colocando-se a caminho, ao encontro do Senhor, assim como Abraão deixou sua terra e abandonou-se à fidelidade de Deus; eles não procuram Jesus de modo individual, mas em comunidade, como a Igreja, que procura o Senhor no amor e na fraternidade.

Eles superam as dificuldades e o cansaço do caminho, escapam da tentativa maldosa de Herodes de enganá-los, e não se escandalizam com a pobreza e a humildade daquele que procuravam como sendo o novo Rei de Israel. Aproximam-se com mãos cheias de presentes, mas o coração despojado. Enquanto entregam o ouro, incenso e mirra, o Senhor deposita no coração neles seu amor que salva.

A solenidade de hoje nos convida a também buscar o Senhor com perseverança, e a manifestar o seu amor a todas as pessoas.

Pe. Anderson Frezzato | Coordenador Diocesano de Pastoral

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (08.01.17 –  Epifania do Senhor)

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