DEUS ESTÁ CONOSCO!

RV21949_ArticoloPodemos notar na Escritura a grande preocupação de situar claramente na História a pessoa de Jesus, anunciado pelos profetas e nascido de Maria na plenitude dos tempos. Não há nenhum fundamento real para a tentativa, feita por alguns, de separar o “Jesus histórico” do “Jesus da fé”. O Cristo em quem acreditamos e a quem seguimos é o mesmo Cristo que nasceu em Belém, descendente de Davi segundo a carne.

Quando Maria voltou de Ain Karim, depois de dar assistência à prima Isabel na gravidez e parto de João Batista, certamente já se percebia que a noiva de José estava grávida…

Entre os hebreus, noivado era coisa muito séria, e tinha já o mesmo valor jurídico do matrimônio, embora os noivos continuassem morando em suas próprias casas. Se o noivo morria, a noiva passava a se vestir como as viúvas e com elas convivia. A noiva adúltera era apedrejada após a denúncia feita pelo noivo. Não admira que José, o justo, sem poder conciliar aquela evidência com a íntima certeza de que sua noiva era pura e fiel, pensasse em se afastar dela em silêncio (isto é, sem a acusar), certamente por intuir que o dedo de Deus estava naquela história… É quando ocorre a “anunciação” do anjo a José, confirmando que aquela gravidez era obra de Deus.

Duas pessoas admiráveis! De um lado, Maria se mantinha em silêncio, não vendo como revelar o “segredo de Deus”, a concepção virginal do Messias prometido. De outro, José, premiado pela escritura com o título de “justo” (ou seja, alguém que manifestava a justiça, a santidade de Deus), abre mão do seu direito, mesmo sem entender a situação. Deus não precisava de José para gerar Jesus em Maria, mas precisava dele para dar uma família ao seu Filho… Uma clara afirmação da importância da família nestes nossos tempos em que ela tem sido tão atacada!

Despertando do sono, José põe em prática aquilo que “ouvira” com o ouvido do coração e toma por esposa a noiva grávida de Deus. Também em nossa vida, não basta ouvir a voz de Deus, é preciso “despertar do sono”, pois, enquanto cochilamos, não agimos…

O Advento representa um insistente convite a despertar de nossa sonolência e a abrir os olhos para o Cristo que vem. Que Ele não nos encontre dormindo… Que as preocupações da vida, a rotina do trabalho, as vitrines comerciais ou a figura do velhinho de vermelho não nos distraiam do essencial: Deus vem até nós! Preparemos o coração para recebê-lo!

Antonio Carlos Santini

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (18.12.16 – 4º Domingo do Advento)

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