A pessoa que deseja ocupar o cargo máximo do poder Executivo no Brasil, a Presidência da República, precisa ser firme quando enfrentar situações em que estejam em jogo a justiça, a solidariedade e a paz no Brasil. Esta é uma das características que o arcebispo primaz de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Murilo Krieger, destaca ao apontar um conjunto de competências, qualidades e atitudes ético-morais que precisam constar no perfil do candidato ou candidata a ser eleito pela população brasileira nas próximas eleições gerais de outubro.
“Precisa ser um Estadista e, ao mesmo tempo, alguém sensível à situação do povo, especialmente dos mais necessitados”, apontou. Qualidades como “grande cultura geral”, “capacidade de coordenação” e “uma grande disposição ao trabalho” também foram enumeradas como essenciais ao perfil de um ou uma Presidente da República.
O arcebispo de Salvador também apontou o diálogo e a capacidade de se relacionar com todos como capacidades indispensáveis e necessárias para exercer a chefia do maior posto do Executivo. É importante, segundo dom Murilo, que este candidato seja uma pessoa transparente e não governe pensando na reeleição.
“É necessário que um presidente saiba cercar-se de pessoas incapazes de exercer suas responsabilidades pensando em si, nos seus ou no seu partido”, disse. Em sua avaliação, o presidente a ser eleito nas próximas eleições gerais precisa ser alguém que ame o Brasil e o coloque no centro de sua atuação política.
Expectativa para o “Debate de Aparecida” – Dos candidatos que vão participar do debate que a CNBB promove dia 20 de setembro, em Aparecida (SP), o vice-presidente da entidade disse esperar propostas claras, coerentes e exequíveis. Para o religioso, muitas promessas feitas pelos candidatos são meros sonhos nos quais nem mesmo eles acreditam.
“Que os candidatos digam de onde vão tirar os recursos para fazer o que prometem; o que farão para tornar o país mais ágil (pense-se nas filas de postos médicos, na burocracia para se fazer qualquer coisa, numa máquina pública que parece viver para justificar sua própria existência, de forma autofágica)”, considerou. Dos telespectadores, o arcebispo diz esperar um maior senso crítico, menos emocionalismo e apoios por convicção e não por ideologia.
Informações: CNBB