BUSCAI AS COISAS DO ALTO!

RV18111_ArticoloAproxima-se de Jesus um homem que tinha queixas contra seu próprio irmão por causa de uma herança não repartida. A repartição da herança é sempre um momento difícil, e causa muitas divisões entre as famílias… Essa situação serve de termômetro para avaliar até que ponto estamos idolatrando o dinheiro.

Cristo se recusa a atuar como juiz entre os dois irmãos, porque sua missão não é fazer justiça pelo caminho do poder ou da posse. Seu caminho é, ao contrário, o do despojamento, da renúncia a si mesmo, pois só quem aceita perder a sua vida é que a ganha. Sua resposta é mostrar que esse tipo de disputa não faz sentido.

Os bens materiais são uma segurança falsa e ilusória, e não podem garantir a vida a ninguém. O único fundamento seguro da existência é Deus. Quando são submetidas a ele, as coisas, que não são más em si mesmas, adquirem sentido e deixam de ser instrumento de divisão para se tornarem instrumento de comunhão e “sinal” de amor. Mas isso só acontece quando a partilha brota do desprendimento pessoal, quando é fruto da descoberta de um amor maior pelo qual vale a pena renunciar a tudo o mais.

Dentro da própria Igreja muitas vezes se comete esse erro de considerar a partilha material como um fim em si mesma, como se nela estivesse o parâmetro da justiça divina. É contra esse engano que Cristo nos adverte hoje… Se nos concentramos no aspecto material, a justiça nunca acontece, nem mesmo a justiça material, pois esta é sempre fruto do desprendimento, nunca da valorização das coisas materiais. Prova disso é que aqueles que militam em favor dos pobres, quase nunca estão dispostos a abraçar a pobreza ou a renunciar aos próprios bens… Se não colocamos nossa segurança em Deus e em bens capazes de sobreviver à morte, todas as nossas “boas intenções” serão ilusórias e inúteis.

Se ressuscitamos com Cristo, devemos procurar as coisas do alto e não as da terra (2ª leitura). Na medida em que nos desvestimos do homem velho (o terreno) e nos revestimos do novo (o espiritual), então sim aprendemos a amar fraternalmente aos irmãos, e Cristo pode tornar-se tudo em todos.

Margarida Hulshof

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (31.07.16 – 18º Domingo Comum)

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