BISPO VISITA CADEIA PÚBLICA DE SERRA NEGRA

No dia 26 de março, segunda-feira santa, às 15h, Dom Luiz Gonzaga Fechio, Bispo da Diocese de Amparo, realizou uma visita aos detentos da Cadeia Pública de Serra Negra para uma celebração e confraternização com os encarcerados.

Após breve apresentação pessoal, região de origem e atividades exercidas, Dom Luiz – a partir de um roteiro preparado pelo seminarista João Félix, do segundo ano de Filosofia, que acompanhou o Bispo na visita – deu início à Celebração que contou com Saudação Inicial, Leitura do Evangelho, Preces e Bênção Final com aspersão de água benta.

Na reflexão, o Bispo pediu aos encarcerados que o ajudassem na meditação e eles corresponderam ao pedido demonstrando terem entendido bem a leitura bíblica, assim como participaram do momento de preces lembrando-se de suas especiais necessidades. Depois da Celebração, que emocionou a alguns levando-os às lágrimas, houve uma Confraternização – com lanche, bolo e refrigerante – preparada pelas agentes da Pastoral Carcerária local, em meio a animada conversa.

Foram, ainda, entregues a cada um dos detentos canecas plásticas novas conseguidas, via doação, pela Comunidade Missão Athos2, que se fez presente no evento por meio de seu fundador Lucas Lastória, e objetos religiosos oferecidos pela Diocese de Amparo.

Depois da celebração e confraternização, em conversa pessoal com as agente da Pastoral Carcerária, Dom Luiz agradeceu, elogiou e estimulou o empenho de cada uma das senhoras envolvidas no exigente trabalho de ver no preso o rosto de Cristo que, agradecido, louva quem “O” visita com a famosa máxima: “Vinde benditos de meu Pai […], porque estive preso e me visitastes” (Mt 25,36).

Segue, abaixo, a reflexão elaborada por Dom Luiz logo após a visita:

“ESTIVE PRESO E ME VISITASTES” (MT 25,36)

Algumas identificações que Jesus faz com pessoas em situações particulares podem até ser muito bonitas quando temos oportunidade para fazer um belo comentário, escrito ou falado, realçando a profundidade dessa proximidade dele com os excluídos, porém, quanto nos exige, de fato, ir além das aparências e chegar bem perto “desse” Jesus!

Estou há dois anos em nossa amada Diocese de Amparo e, pela primeira vez, no final desta Quaresma, mais especificamente na Semana Santa, fui visitar os encarcerados da Cadeia de Serra Negra, acompanhado de conscientes leigos, particularmente algumas senhoras, muito dedicadas ao importante ministério da Pastoral Carcerária.

Durante o tempo de uma hora que estivemos em contato com os presos – menos que duas dezenas e majoritariamente jovens – pude imaginar o quanto é difícil viver por qualquer período naquele ambiente, ainda que não seja longo. Por consequência, dentro de um quadro desolador, difícil também se torna o significado de uma presença de quem deve sempre lembrar-se que está num lugar onde, ao mesmo tempo em que deve aproximar-se daquela pessoa que está do outro lado da grade, com o coração do Bom Pastor, igualmente deve chegar perto de “um rosto” de Jesus talvez um tanto quanto constrangedor para favorecer verdadeira fraternidade. “O” Jesus que disse “Estive preso e me visitastes” faz-me pensar, aqui, no Crucificado da Sexta-Feira Santa, tão desfigurado, dizendo: “Tenho sede”.

Por trás de cada história que desaguou naquela triste realidade, podemos imaginar um pouco da dor de quem, no dia a dia de um ambiente familiar de boa convivência, pode estar sofrendo mais do que o próprio encarcerado.

Louvo ao Bom Deus pela persistência “teimosa” das mulheres agentes da Pastoral Carcerária que levam com carinho um pouco da “água” da melhor qualidade para aliviar uma sede da qual, de maneira geral, simultaneamente ao fato de ser tão grande, a pessoa nem tem consciência dela.

Dom Luiz Gonzaga Fechio

 

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