ANO NOVO COM QUALIDADE

Texto integrante do Informativo bimestral O AMPARO, da Diocese de Amparo | ed. nº 20
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Querida irmã e querido irmão, que a graça e a paz de nosso Bom Deus estejam com você, com o senhor, com a senhora! E que, pela sua pessoa, esta graça e paz se irradiem aos familiares, amigos e a todos os filhos e filhas de nosso mesmo Pai, com os quais nos relacionamos pouco ou bastante tempo em nossas múltiplas atividades diárias, em qualquer trabalho ou lazer. E que esta irradiação se prolongue ao longo do novo ano!

Lembrei-me de uma imagem que recebi no whatsapp e que vi num adesivo que coloquei no carro que uso: “Que Deus esteja sempre com você, mas, sobretudo, que você esteja sempre com Deus”.

Sem dúvida, quem não deseja Deus sempre consigo? Penso que até uma pessoa ateia, mesmo não acreditando, não dispensa, ou ao menos, não acha ruim tal companhia. Bem, se acreditamos no amor insondável que Deus tem por nós, é difícil duvidar desta presença constante d’Ele em nossa vida, embora possamos “balançar” um pouco, diante das situações mais delicadas ou de provas. Mas sabemos que elas também fazem parte do nosso crescimento na fé, e até nos ajudam a experimentar mais ainda a autenticidade do amor divino, apesar de realidades que são enormemente desafiadoras, diante das quais não há o que falar; é necessário crer, muitas vezes, “no escuro”. A questão, no entanto, é verdadeiramente crucial na segunda parte da mensagem, isto é, naquela que pede uma atitude nossa e não de Deus: “…principalmente, que você esteja sempre com Deus”.

Penso que esta frase-mensagem, certamente já conhecida de muitos, pode ser uma sugestiva provocação para que os votos que desejamos no final e início de ano não fiquem num mero cumprimento formal, ou apenas de “etiqueta” e educação. Não adianta somente trocarmos a “folhinha” ou o calendário. A quantidade de dias, semanas e meses é a mesma. Os desafios com os quais encerramos o ano adentram no novo e talvez se prolonguem por muito tempo. Onde está, pois, o “novo”? Por incrível que pareça, está no “mesmo”, que, no entanto, nada tem a ver com mesmice, monotonia. Acontece que o “mesmo” é uma pessoa, a única pessoa que penetrou no mais fundo da vaidade humana para abrir-nos à esperança de Deus: o Cristo Jesus, nosso Senhor!

Por ocasião do início de um novo ano, é sugestivo meditarmos com atenção o texto bíblico de Ecl (Eclesiastes) 1,2-11: “ ‘Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade.’ Que proveito tira o homem de todo o trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol? Uma geração passa, outra lhe sucede, enquanto a terra permanece sempre a mesma. O sol se levanta, o sol se deita, apressando-se para voltar ao seu lugar, donde novamente torna a levantar-se (…). O que foi, será, o que aconteceu, acontecerá: não há nada de novo debaixo do sol” (…).

Coloquei apenas uma parte do texto, por questão de espaço, mas suficiente para percebermos a intenção do autor: de nada adianta tanta atividade agitada, intensa, quando se quer viver o absurdo de uma condição humana sem Deus. As palavras da citação bíblica parecem tediosas, aborrecidas, até trágicas, mas a tragédia, aqui, é a de toda pessoa em cuja vida Deus não tem lugar.

Deixemo-nos provocar: como queremos avançar ao longo de 2019? Que a nossa caminhada no decorrer dos próximos meses, em todos os âmbitos da nossa vida de sociedade e de Igreja, seja uma expressão de quem procura se esforçar, ao menos, para testemunhar uma busca mais “lúcida” da “qualidade de vida” de que tanto se fala.

Dom Luiz Gonzaga Fechio

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