A ARCA DA NOVA ALIANÇA

Assunção de MariaO dogma da Assunção foi o último dos 4 dogmas marianos a ser definido, em 1950. Ele afirma que a mãe de Jesus foi elevada aos céus em corpo e alma (a única, além de Jesus, a ter seu corpo já ressuscitado) após o final de sua vida terrena, não definindo se ela chegou a morrer ou não. A maioria dos teólogos acredita que sim, pois, se Jesus passou pela morte, é de supor que Maria o tenha imitado nisso. Seja como for, a festa é muito antiga, pois desde os primeiros tempos a Igreja já celebrava a “dormição” de Nossa Senhora. Isso mostra que os dogmas não são decisões arbitrárias que a Igreja impõe aos fiéis, mas são o reconhecimento oficial que ela concede a crenças há muito professadas pelo povo. O dogma é fruto da fé do povo, e não o contrário.

A primeira leitura, antes de falar da “mulher vestida de sol” que é imagem da Igreja, mostra o sinal da “arca da aliança” porque, como diz o Missal Dominical, Maria é a verdadeira “arca da aliança”. Como a arca construída por Moisés estava no Templo, porque era “sinal e instrumento” da aliança de Deus com seu povo eleito, Maria está no céu em sua integridade humana porque é “sinal e instrumento” da nova aliança. A Arca continha a Lei e, por ela, Deus respondia aos pedidos do povo; Maria nos oferece Jesus, o proclamador da lei do amor, o realizador da nova aliança de salvação, por quem o Pai nos fala e nos escuta. Maria é figura e primícias da Igreja, mãe do Cristo e dos homens, que ela gerou para Deus na dor, sob a cruz do Filho; é, portanto, anúncio da salvação total que se realizará no reino de Deus, da glorificação da humanidade que é obra do Cristo ressuscitado (2ª leitura).

No Evangelho, a própria Maria proclama a inversão que Deus realiza nas falsas situações humanas, para restaurar a humanidade em Cristo. A Salvação atinge o homem todo, nas suas situações concretas, para livrá-lo da morte. A exemplo de Isabel, nós proclamamos Maria bem-aventurada porque ela é a garantia de que o Ressuscitado cumprirá plenamente a sua missão em todos nós, assim como fez nela.

Isabel, inspirada pelo Espírito Santo, foi a primeira a ver em Maria a “Mãe de Deus”, e esse foi o primeiro dogma mariano a ser definido, em 431 d.C. Os demais foram: em 649, a sua virgindade perpétua, e, em 1854, a sua Imaculada Conceição (atestando que ela foi concebida sem o pecado original), o que foi confirmado pela própria Nossa Senhora em Lourdes, quando disse a Bernadete: “Eu sou a Imaculada Conceição”.

Margarida Hulshof – Paróquia Divino Espírito Santo/Holambra

Texto integrante do folheto ‘DEUS CONOSCO | A PALAVRA ILUMINA – DIOCESE DE AMPARO’ (21.08.16 – 21º Domingo Comum)

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